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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Enterotoxemia em confinamento de bovinos de corte

A enterotoxemia é uma clostridiose causada pela absorção de toxinas produzidas pelo Clostridium perfringens, bacilo anaeróbico, gram-positivo, que é habitante natural do trato digestivo dos ruminantes. É caracterizada por distúrbios gastrointestinais, sintomas nervosos e morte súbita, afetando principalmente animais jovens e bem nutridos.
Normalmente ocorre em confinamentos que fornecem dietas com altos teores de concentrados, após troca da alimentação ou quando os animais são superalimentados. Estes fatores alteram o ambiente intestinal, favorecendo a proliferação excessiva destes bacilos e abundante produção de toxinas. Sendo o intestino delgado o órgão-alvo.
C. perfringens é classificado em cinco tipos, A, B, C, D e E. Esta classificação ocorre de acordo com a produção de quatro principais toxinas, são elas a alfa, beta, épsilon e iota. Os mais importantes são os tipos B e D.
Os sinais clínicos incluem anorexia, diarréia, desidratação, ataxia, prostação e morte. Em casos agudos poderá ocorrer morte súbita.
O diagnóstico se dá basicamente por achados de necropsia. O intestino delgado vai apresentar lesões avermelhadas em placas focais ou difusas, principalmente em sua porção distal. Congestão e extravasamento de sangue tomam forma de petéquias, equimoses, víbices ou de hemorragia difusa, que macroscopicamente, se assemelha ao que ocorre no estrangulamento intestinal. Os intestinos estão flácidos, com a parede delgada, dilatados e freqüentemente cheios de gás (KRUININGEN, 1998). Pode ocorrer o rompimento do intestino, devido o aprisionamento de gás. Outros sinais observados são excesso de líquido na cavidade abdominal e pericárdio, fígado congesto e pulmões edemaciados. Microscopicamente as toxinas podem causar danos às vilosidades intestinais.
O controle da enterotoxemia ocorre através de vacinação dos bovinos no período que antecede o início do confinamento. A vacina polivalente contra clostridioses deve ser aplicada em duas doses, a primeira dose um mês antes da data prevista de entrada dos animais no confinamento e a segunda na entrada no confinamento.

Referências bibliográficas:
CARLTON, W. W; MCGAVIN, M. D. Patologia veterinária especial de Thomson. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
PIRES, A. V. Bovinocultura de corte. Piracicaba: FEALQ, 2010.

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