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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Seleção do gado leiteiro evita riscos à saúde humana

A exemplo da Nova Zelândia e da Austrália, o mercado de leite internacional investiga uma forma de trabalhar com animais que possuam um tipo de gene que não apresente riscos à população. Em sintonia com este movimento no Brasil, o professor Humberto Tonhati, da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária (FCAV), da Unesp de Jaboticabal, coordenou um trabalho que prevê a genotipagem de bovinos leiteiros possibilitando a seleção dos melhores animais.

O projeto busca identificar os alelos (formas alternativas) do gene da beta-caseína (uma das proteínas do leite) em bovinos leiteiros. O gene pode possuir dois alelos: A1 e A2. O alelo A1 tem uma mutação que causa uma substituição de um aminoácido na proteína da beta-caseína. Estudos apontam que a proteína A1 estaria associada ao aumento de chances de desenvolver diabetes, doenças do coração e autismo em pessoas com pré-disposição. Há também suspeita de que ela seja o fator causador de doenças alérgicas.

Os bovinos leiteiros podem ter duas cópias do alelo A1; duas cópias do alelo A2 ou ainda, uma cópia do alelo A1 e uma cópia do alelo A2. Para este trabalho, foram analisados 295 animais, sendo que 89% dos animais são A2A2; 5%, A1A2 e 6% A1A1. Os animais A2A2 produzem somente proteína da beta-caseína do tipo A2. Os animais A1A1 produzem do tipo A1 e os animais A1A2, dos dois tipos. “Por meio da identificação, o produtor pode selecionar animais no rebanho que são A2A2 e o leite produzido por ele terá somente proteína da beta-caseína do tipo A2”, explica Tonhati.

Todos os animais avaliados são da raça Gir. “Essa raça é importante no contexto de produção de leite de regiões tropicais como o Brasil, sendo muito utilizada em cruzamentos com outras raças”, destaca o professor.

A pesquisa, iniciada em 2011, compreendeu em classificação dos animais, coleta de material biológico, extração de DNA, genotipagem dos animais, processamento dos resultados e envio dos resultados aos produtores. O trabalho de genotipagem é gratuito e é realizado pelo Laboratório de Genética Molecular do departamento de Zootecnia da FCAV.

Fonte: Unesp - Redação: Kelvin

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