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quinta-feira, 1 de março de 2012

Estados utilizam tecnologia para controle da Brucelose

MT e TO iniciam uso de nova tecnologia no controle da brucelose
 
 
A pecuária brasileira acelera a modernização tecnológica para aperfeiçoar o controle sanitário e assim ampliar seu acesso aos mercados internacionais. Um novo e importante passo nesse sentido acaba de ser dado com o relançamento da RB-51®, primeira vacina contra brucelose aprovada para aplicação em novilhas e vacas adultas.

Nos estados de Mato Grosso e Tocantins os órgãos oficiais de defesa agropecuária iniciaram ações efetivas para ampliar o uso da RB-51 no controle da brucelose bovina.

Essas ações incluem a educação sanitária de veterinários dos serviços oficiais e autônomos, pecuaristas e funcionários das fazendas, em parceria com a MSD Saúde Animal. Segundo o Médico Veterinário e Gerente Técnico da MSD Saúde Animal, Sebastião Faria, a ideia é estimular o produtor rural a revacinar as fêmeas com a RB-51® para proteger mais efetivamente seu rebanho. “Já realizamos treinamento dos veterinários dos serviços de defesa oficiais destes estados. Na sequência, forneceremos material técnico e ampliaremos a iniciativa para todo o país”.

O primeiro desafio é promover a cobertura vacinal das fêmeas não vacinadas com a cepa B-19 entre 2010 e 2011 por falta da vacina no mercado. Em Tocantins a emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA) para bezerras que não tomaram esta vacina foi condicionada pela Agência de Defesa Agropecuária (ADAPEC), à assinatura de um termo de compromisso, no qual o pecuarista se comprometeu a vacinar essas fêmeas com a RB-51 ou com a cepa B-19, caso ainda estejam dentro da idade limite.  “Precisamos demonstrar aos produtores rurais que a RB-51® veio para somar no combate a brucelose”, afirma Faria.

No Mato Grosso, o desafio é melhorar a cobertura vacinal do plantel de novilhas e vacas como principal instrumento de redução da prevalência de brucelose, até o novo inquérito epidemiológico a ser realizado em 2014. O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea) pretende instituir Instrução Normativa para tornar obrigatória a vacinação com RB-51 de todas as fêmeas oriundas do estado de Santa Cataria – já que neste estado a vacinação com a cepa B-19 está proibida.

Outro ponto em discussão é a implementação de uma época única para vacinação obrigatória contra a brucelose na região do Pantanal.

A médica veterinária e Responsável pelo programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose *(PNCEBT) no Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (INDEA), Jociane Cristina Quixabeira dos Santos acredita que a RB-51 é outra possibilidade de controle da doença. “Por conta dos períodos de cheia do Pantanal muitas fêmeas ficam sem a vacina obrigatória, sendo assim precisamos junto com o Ministério da Agricultura e a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal, criar um período de vacinação obrigatório onde todas as fêmeas recebam a proteção”, declara Jociane.

Sobre a doença

Desde 2001, o Brasil conta com o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal – PNCEBT, nascido de uma exemplar ação coordenada entre a classe veterinária e o setor público para o combate a estas zoonoses. No caso da brucelose, o Programa trabalha nesta fase para reduzir significativamente a prevalência da doença, apoiado nas ferramentas de diagnóstico e eliminação dos animais soropositivos e de vacinação das bezerras com a cepa B-19.

Causadora de abortamentos, nascimento de bezerros fracos, retenção de placenta e infertilidade, a brucelose produz grandes perdas econômicas devidas à redução da eficiência reprodutiva. Em saúde pública, destaca-se como uma zoonose - doença transmitida de animais para seres humanos - que acomete principalmente pessoas que trabalham com bovinos, como vaqueiros e veterinários.

Todavia, por induzir a formação de anticorpos aglutinantes que interferem nas provas diagnósticas, a cepa B-19 não pode ser aplicada em animais acima dos oito meses de idade. Esta restrição impede a revacinação e o conseqüente aumento da imunidade de rebanho, essencial à segurança na saúde reprodutiva, ao controle em áreas próximas de focos da doença e à erradicação nas propriedades que atingiram baixos índices de prevalência.

Faria lembra que um programa sanitário completo não se resume à vacinação. “É preciso manter todas as medidas sanitárias, como sorologia e descarte dos animai soropositivos”.  O que muda, segundo o Gerente, é que o combate à brucelose ganha uma nova ferramenta: “Agora, com a RB51®, o pecuarista tem a oportunidade de revacinar as fêmeas e aumentar sua segurança”.

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