O II Encontro Nacional da Pecuária de Corte acontece hoje em Cuiabá, Mato Grosso, e traz como principais discussões os gargalos no setor, além do monopólio de alguns frigoríficos, que tanto prejudicam o mercado.
De acordo com José João Bernardes, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), o estado tem o maior rebanho do Brasil, além da maior concentração de frigoríficos. Segundo ele, cerca de 50% do território está nas maõs de uma única empresa frigorífica. Como consequência, Bernardes revela que os preços praticados no Mato Grosso hoje são os menores do Brasil.
O grande problema tanto no Mato Grosso quanto em Mato Grosso do Sul e Goiás é que a concentração dos frigoríficos faz com que os preços tenham ficado mais baixos. "Os frigoríficos concentradores tem ainda a capacidade de influenciar no preço dos demais, porque passam a ser referência na fixação dos preços", diz Bernardes.
Ainda de acordo com o presidente da Acrimat,os fatores de financiamento público criaram desequilíbrio no mercado, pois não foram distribuídos para todos os frigoríficos, o que possibilitou a formação de grandes grupos, que alteraram o mercado em prejuízo do produtor. "O produtor está recebendo menos e o consumidor não está se beneficiando disso", argumenta Bernardes, que faz questão de frisar que a discussão sobre o tema deve ser ampla, envolvendo toda a cadeia da carne.
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