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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Enterotoxemia em confinamento de bovinos de corte

A enterotoxemia é uma clostridiose causada pela absorção de toxinas produzidas pelo Clostridium perfringens, bacilo anaeróbico, gram-positivo, que é habitante natural do trato digestivo dos ruminantes. É caracterizada por distúrbios gastrointestinais, sintomas nervosos e morte súbita, afetando principalmente animais jovens e bem nutridos.
Normalmente ocorre em confinamentos que fornecem dietas com altos teores de concentrados, após troca da alimentação ou quando os animais são superalimentados. Estes fatores alteram o ambiente intestinal, favorecendo a proliferação excessiva destes bacilos e abundante produção de toxinas. Sendo o intestino delgado o órgão-alvo.
C. perfringens é classificado em cinco tipos, A, B, C, D e E. Esta classificação ocorre de acordo com a produção de quatro principais toxinas, são elas a alfa, beta, épsilon e iota. Os mais importantes são os tipos B e D.
Os sinais clínicos incluem anorexia, diarréia, desidratação, ataxia, prostação e morte. Em casos agudos poderá ocorrer morte súbita.
O diagnóstico se dá basicamente por achados de necropsia. O intestino delgado vai apresentar lesões avermelhadas em placas focais ou difusas, principalmente em sua porção distal. Congestão e extravasamento de sangue tomam forma de petéquias, equimoses, víbices ou de hemorragia difusa, que macroscopicamente, se assemelha ao que ocorre no estrangulamento intestinal. Os intestinos estão flácidos, com a parede delgada, dilatados e freqüentemente cheios de gás (KRUININGEN, 1998). Pode ocorrer o rompimento do intestino, devido o aprisionamento de gás. Outros sinais observados são excesso de líquido na cavidade abdominal e pericárdio, fígado congesto e pulmões edemaciados. Microscopicamente as toxinas podem causar danos às vilosidades intestinais.
O controle da enterotoxemia ocorre através de vacinação dos bovinos no período que antecede o início do confinamento. A vacina polivalente contra clostridioses deve ser aplicada em duas doses, a primeira dose um mês antes da data prevista de entrada dos animais no confinamento e a segunda na entrada no confinamento.

Referências bibliográficas:
CARLTON, W. W; MCGAVIN, M. D. Patologia veterinária especial de Thomson. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
PIRES, A. V. Bovinocultura de corte. Piracicaba: FEALQ, 2010.

sábado, 28 de julho de 2012

Carbúnculo sintomático em ovinos

"Perdi um boi de três anos por causa do carbúnculo.  Crio ovelhas no mesmo pasto, tenho que vaciná-las?". 
Lauana Borges Santiago é pesquisadora da Embrapa Caprino e Ovinos, localizada em Sobral/CE, e recomenda que ele vacine as ovelhas para evitar um surto da doença na propriedade. A vacinação, inclusive, é uma das exigências para que os animais participem de feiras, leilões ou exposições.
Segundo a pesquisadora, o carbúnculo sintomático – popularmente conhecido como “manqueira” – é uma inflamação dos músculos esqueléticos causada por uma bactéria chamada Clostridium chauvoei. Os ovinos são contaminados de forma exógena, ou seja, através de feridas provenientes da tosquia, parto distócico (com a utilização de instrumentos), castração, vacinação ou qualquer outro tipo de intervenção cirúrgica sem as devidas condições de assepsia.
Os animais infectados costumam apresentar os seguintes sintomas: febre, apatia, anorexia, edema (inchaço) e crepitação do músculo afetado, sendo que a morte pode ocorrer em 48 horas.
A vacinação é o melhor mecanismo para o controle da doença, uma vez que o ciclo do carbúnculo é muito rápido e, portanto, torna o tratamento impraticável. Logo, a vacina polivalente deve ser aplicada anualmente nos animais jovens e reprodutores. Aqueles que recebem a vacina pela primeira vez devem tomar uma dose de reforço após quatro semanas e as fêmeas gestantes recebem a imunização no último mês de gestação. 

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Laboratórios devem destruir amostras de vírus vivo da peste bovina

FAO e OIE pedem moratória em pesquisa para evitar que a doença, erradicada há um ano, ressurja

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE) querem acabar com as amostras de vírus vivo de peste bovina que ainda estão estocadas em laboratórios pelo mundo. Eles temem que a doença, erradicada há um ano, ressurja.
O pedido, anunciado nessa segunda-feira, faz parte de uma moratória internacional envolvendo pesquisas com os vírus. Ao menos 40 laboratórios pelo mundo ainda estocam o vírus da peste bovina – e alguns não têm o nível de segurança necessário para manter a doença sob controle. 
Pesquisas essenciais - As duas organizações pedem que sejam conservadas algumas reservas do vírus para a produção de vacinas, caso a doença ressurja na natureza ou se propague como resultado de um ato acidental ou deliberado. 
Em duas resoluções internacionais, aprovadas em 2011, os países membros da OIE e da FAO concordaram em destruir as reservas restantes do vírus da peste bovina ou armazená-las de forma segura em um número limitado de laboratórios relevantes com medidas de contenção de alto nível.
"A FAO e a OIE convocam os países a cumprir a moratória. Ela será mantida e todas as futuras propostas de pesquisa deverão ser enviadas à OIE e à FAO para sua aprovação, conforme as resoluções de 2011", advertiram.
Como parte da estratégia pós-erradicação da peste bovina, FAO e países membros da OIE estão empenhados em manter um nível suficiente de monitoramento e vigilância de surtos de peste bovina vírus até 2020. A peste bovina não ataca os seres humanos.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Suínos doentes podem se beneficiar de farelo de soja na alimentação

Adicionar farelo de soja na alimentação de suínos pode oferecer vantagens na comparação com aminoácidos sintéticos quando se lida com um doença. É o que diz uma pesquisa realizada pela Universidade de Illinois (EUA).
O estudo foi concluído com as observações de agroindústrias que alimentaram suínos doentes com farelo de soja em vez de aminoácidos cristalinos. Representantes das empresas constataram que os suínos alimentados com farelo reagiram melhor às doenças. "Poucos dias após ficarem doente, leitões que receberam 10% a mais de farelo de soja em suas dietas, um nível acima da faixa padrão da indústria, tiveram ganho de peso melhor do que os animais que não tiveram este acréscimo", disse Ryan Dilger, professor assistente na Universidade de Illinois. "Aqueles que comeram mais soja também tiveram menos febre durante a primeira semana de infecção".
Futuras pesquisas poderiam poderão quantificar melhor os resultados. "Também gostaria de entender a influência do farelo de soja em sistemas de suínos imunes para fazer recomendações para rações para suínos com maior risco de contrair uma doença", disse Jim Pettigrew, professor da Universidade de Illinois. Com informações do site internacional Watt.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Suinocultores reclamam de pacote do governo.

As entidades representantes de produtores de suínos não ficaram totalmente satisfeitas com o pacote de medidas anunciado ontem pelo Ministério da Agricultura. Apesar de ter recebido do governo a prorrogação das dívidas e a criação de novas linhas de financiamento, o segmento reivindicava a inclusão da carne no Programa de Garantia de Preço Mínimo (PGPM).
No entanto, o governo optou por duas ferramentas de leilão: o Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) - que permite o envio de animais de uma região à outra, para suprir demanda e alcançar preços melhores.
A medida pretende apoiar a comercialização de 76 mil toneladas de suínos vivos, com um investimento de R$ 30,4 milhões. O produtor receberá R$ 2,30 por quilo e, se o preço estiver abaixo deste valor, ele poderá recorrer ao subsídio concedido de até R$ 0,40 por quilo.
O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, diz que a medida é insuficiente para auxiliar os produtores independentes. "Precisamos de subvenção entre a diferença do preço de venda do quilo do suíno vivo e do custo de produção", disse Lopes.
O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Caio Rocha, acredita que o governo já resolveu o problema da maioria dos produtores. "Calculamos que 80% deles serão beneficiados", disse. As outras medidas incluem a prorrogação por um ano após o vencimento da última parcela para as linhas de investimento contratadas. Além disso, as de custeio, que vencem este ano, serão alongadas até janeiro de 2013. Porém, os criadores que comprovarem incapacidade de pagamento terão cinco anos para quitarem o débito.
O governo também vai criar linhas de crédito para o produtor. A primeira será para a compra de leitões vivos, com R$ 200 milhões disponíveis e juros de 5,5% ao ano. Outra é para a retenção de matrizes, com R$ 2 milhões de teto por produtor, e prazo de pagamento em até dois anos com juros de 5,5% ao ano. Serão destinados R$ 300 milhões com taxa de juros de 5,5% ao ano e prazo de até 5 anos em uma linha de crédito para pagamento de débitos feitos fora do sistema bancário.

Fonte:  Valor Econômico

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Cotação do boi gordo apresenta queda no acumulado de julho, diz Cepea

Indicador do órgão aponta baixa atribuída ao ritmo lento do mercado pecuário.


O indicador do boi gordo Esalq/BM&FBovespa fechou a R$ 90,40 nesta quarta, dia 18. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o valor representa queda de 2,5% no acumulado de julho. Técnicos do órgão atribuem a baixa ao ritmo lento do mercado pecuário, que opera sob pressão da ponta compradora.
Os pesquisadores afirmam ainda que os pecuaristas demonstram desânimo em relação aos preços oferecidos pela indústria. Acrescentam que os negócios têm sido fechados a valores e volumes distintos, em função da heterogeneidade dos animais, condições de pagamento e entrega, além de perfil do comprador e vendedor.
>>> Confira o site Cotação

quinta-feira, 19 de julho de 2012

COMPARAÇÃO DE DIFERENTES MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ENTRE BOVINOS DE CORTE INTEIROS E CASTRADOS

A castração de machos é prática rotineira nas propriedades rurais que trabalham com bovinos decorte, sendo realizada com o intuito de facilitar o manejo dos animais e também produzir carcaças de melhor qualidade e aceitação no mercado (ARALDI, 2007). Porém, alguns produtores já estão abatendo seus animais sem castrar, terminados em confinamento, com carcaças de qualidade satisfatória. Atualmente a maior restrição ao abate de bovinos machos não castrados vem dos frigoríficos que afirmam que animais inteiros não depositam gordura como machos castrados, sendo que a cobertura de gordura é uma característica importante para elevar a qualidade e a consequente remuneração da carcaça. Este artigo trata-se de uma revisão bibliográfica, com o objetivo de comparar o desempenho de bovinos de corte inteiros e castrados em diferentes idades, em relação a conversão alimentar, ganho médio diário e qualidade de carcaça.

Castração, Exigência de Mercado
Segundo Moura e Luchiari, (1996) a castração dos machos foi um manejo tradicionalmente usado pelos produtores de bovinos de corte, visando evitar o efeito dos hormônios androgênicos sobre as características de carcaça e da carne (RESTLE et al., 1999b), pois animais inteiros apresentam carcaça mais magra, carne mais escura, mais dura e de pior palatabilidade que os castrados. Entretanto, vários trabalhos têm demonstrado que esses mesmos hormônios são responsáveis por maior velocidade de crescimento e melhor conversão alimentar dos animais inteiros em relação aos castrados (RESTLE  et al., 1997). A castração é uma exigência dos frigoríficos e, em muitas situações também do consumidor em função da melhor deposição da gordura de cobertura na carcaça e maior maciez da carne. De acordo com Moleta (1999), a castração só é recomendável se existir uma maior remuneração devido aomelhor aspecto qualitativo das carcaças destes animais, pois caso contrário, a maior produtividade dos inteiros torna-os economicamente mais indicado no processo produtivo da pecuária de corte.
Nesse sentido, os pecuaristas sentem-se prejudicados, em virtude do melhor crescimento apresentado pelos animais inteiros, aliado ao fato da venda de animais castrados. Além disso, tem se verificado que animais inteiros, quando abatidos em idade precoce, produzem carcaça de qualidade satisfatória (MOURA; LUCHIARI, 1996).

Efeitos idade à Castração
Restle et al. (1994), dizem que os efeitos da castração são dependentes do momento em que ela é realizada, pois se esta acontecer antes da puberdade, ocasionará uma completa interrupção do desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, em consequência da ausência dos hormônios secretados pelos testículos, o que torna o novilho bem diferente do touro. Se a castração, no entanto, for realizada após a puberdade, os efeitos são menos pronunciados, ocorrendo apenas a regressão de alguns caracteres secundários, alterações de comportamento e variações no desempenho. A castração de animais jovens, nas primeiras semanas de vida tem sido recomendada, por apresentar vantagens, como, por exemplo, a fácil contenção dos animais, a rápida recuperação, a menor perda de sangue, e a rápida cicatrização (Associação de crédito e Assistência Rural do Paraná, 1978). Sabe-se, no entanto, que bovinos inteiros, apresentam maior ganho de peso por unidade de tempo e são mais eficientes na conversão alimentar (SIEDEMAN et al., 1982; LEE et al, 1990 e MORAIS et al., 1993).

Efeitos da Castração sobre o Consumo de Alimentos, Conversão Alimentar e Ganho Médio Diário
Clanton (1987) e Savastano,  et al. (2001), não observaram diferenças no ganho de peso entre animais castrados e inteiros na fase de crescimento. No que diz respeito  ao consumo de alimentos, Casaccia (1993) verificou um maior consumo de alimentos nos animais inteiros em relação aos castrados. Analisando a conversão alimentar entre inteiros e castrados, o mesmo autor concluiu que a melhor conversão alimentar verificada nos animais inteiros deveu-se as diferenças hormonais, a favor destes. Morgan et al. (1993a) observaram que os animais inteiros foram sempre mais eficientes que os castrados a medida que os primeiros ganharam mais peso com uma mesma unidade alimentar (Kg/MS).

Considerações Finais
Animais inteiros, em diferentes idades se mostraram sempre mais eficientes quando comparados aos castrados, em relação a ganho médio diário (GMD) consumo de alimento  e conversão alimentar. No que diz respeito a idade de castração, animais castrados antes da puberdade podem apresentar interrupção dos caracteres sexuais secundários, acarretando em alterações significativas de comportamento, enquanto que os animais castrados após os oito meses de idade apresentam alterações pouco significativas de comportamento e desempenho.


quarta-feira, 18 de julho de 2012

A importância do uso do hemograma em suínos

O hemograma é o exame de sangue mais importante devido à sua praticidade, economia e utilidade. A necessidade de solicitação desse exame existe por várias razões, uma das razões é a realização de um procedimento de triagem que objetive avaliar a saúde dos animais e do rebanho, na busca do diagnóstico ou prognóstico, e verificar a habilidade do corpo para as infecções e para monitoramento do progresso de certas doenças.
A importância da realização desse exame dá-se, também, devido ao fato de o sangue ser o responsável pelo processo de regulação por qual um organismo mantém constante equilíbrio e, considerando que o hemograma é um exame geral do animal, ele pode oferecer informações que podem ser utilizadas como ferramenta pelo veterinário para, em associação a outros sinais e exames, realizar a busca diagnóstica.
Para a realização do exame, a coleta do material pode ser feita de duas formas: pela veia cava anterior, na qual a coleta deve ser feita do lado direito do animal, devido a menor inervação do nervo vago, com a  introdução da  agulha no final do leito jugular; ou pela veia jugular, na qual a agulha é inserida do lado direito.
Uma colheita e acondicionamento adequados do material devem seguir rigorosamente os métodos já utilizados pela técnica e estar de acordo com o procedimento do laboratório que processar o material. Algumas regras básicas são comuns no tipo de coleta do material para o exame, mas a mais importante a ser considerada é a adequada identificação da amostra, tanto junto ao frasco ou embalagem do material, como na ficha de solicitação do exame (enviada juntamente com o material). O material deve ser encaminhado sob refrigeração e  com mais brevidade possível.
A identificação da amostra deve ser feita de modo a não se destacar ou sair durante o acondicionamento, principalmente quando a amostra estiver sob refrigeração ou com cubos de gelo em caixa de isopor. O número do animal deve ser claro, escrito em letras nítidas, se possível com a data de colheita.
O hemograma completo inclui todos os testes laboratoriais utilizados para examinar as células contidas no sangue periférico. Associado ao Leucograma, esse exame é importante para detectar Anemias, Leucopenia e Leucocitose.
Dessa forma, o exame é importante porque pode detectar Anemia ferropriva em animais jovens (má aplicação de ferro ou mesmo produtos de baixa qualidade); Anemia em adultos; e tradicionais verminoses que ocorrem em suínos criados em sistema que possuem instalações que utilizam cama, lâmina d’agua; etc.
Além disso, a detecção da Leucopenia (diminuição da taxa sanguínea de leucócitos abaixo do limite inferior da normalidade) pelo exame é importante porque indica a existência de infecções virais, como tem havido muito em leitões com Influenza ou mesmo outras viroses.
E por fim, a detecção da Leucocitose (aumento da taxa sanguínea de leucócitos acima do limite superior da normalidade) já aparece confirmando casos de infecções bacterianas (primarias ou mesmo secundarias).
O exame também precisa contar com uma amostragem adequada, pois, por um lado, o número de amostras deve ser correto para ter validade, boa interpretação dos resultados e perfeita implantação de medidas corretivas e preventivas, e, por outro, um número baixo de amostras pode levar a resultados de pouco valor diagnóstico e epidemiológico.
Nesse sentido, o histórico, o exame do rebanho e outros testes laboratoriais são essenciais para a interpretação dos dados hematológicos que serão objetos de investigação.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Pecuária leiteira é prejudicada por “moscas dos estábulos”

Produtor do Estado de São Paulo perde cerca de 60 litros por dia com a infestação do inseto.


O acúmulo de fezes de herbívoros e a exposição de matéria vegetal orgânica são as principais razões para a proliferação das Stamoxys calcitrans. Mas é na pecuária de leite e de corte que praga, conhecida como “mosca dos estábulos” – daí o nome – causa os maiores prejuízos. Há quase 90 dias, o pecuarista Sérgio Argele, do município de Tambaú, a 270 km de São Paulo, tem a sua produção de leite reduzida a quase 60 litros diariamente por causa do inseto. A propriedade de Argele faz fronteira com uma outra, de laranja, onde começou o foco. 

“Está prejudicando a produção de leite, o gado está emagrecendo, porque só come à noite. Tive que vender parte do gado (de corte). Mata até o pasto, de tanto que (o gado) sapateia”, afirma o pecuarista. As perdas do pecuarista vão mais além. Só com medicamentos e viagens em busca de soluções para o problema, Argele calcula que já teve gastos de aproximadamente R$ 5 mil. “Isso, sem contar a perda de cria. O veterinário disse que as vacas vão demorar para entrar no cio por conta do estresse”. 

O pecuarista já recebeu visitas de veterinários e da defesa agropecuária, além de receber doações de produtos de empresas para combater a praga, mas garante que nada surtiu efeito. “O pessoal do Ouro Fino deixou produtos aqui, estou fazendo pulverização no rebanho, mas nada está adiantando pra mim”, diz. 

A infestação das moscas de estábulos em São Paulo foi constatada em 2010, nos canaviais, devido ao acúmulo da palha da cana. “Normalmente, a gente observa a mosca no canavial, quando está mal manejado, que deixam a palha para adubar e joga o excesso da vinhaça. Isso está relacionado com o crescimento da mosca porque ela, preferencialmente, bota ovos em material vegetal em decomposição”, explica o professor da Faculdade de Medicina Veterinária da Unesp, Fabiano Antônio Cadioli. 

Segundo ele, há estudos que demonstram perdas de até 60% na produção da pecuária leiteira. “Em alguns locais no Brasil, o surto foi tão alto que foi preciso mudar o horário da ordenha”. 

Além dos impactos diretos, a mosca ainda pode estar vinculada à transmissão de doenças no gado. Em artigo recentemente publicado na Revista Brasileira de Parasitologia (edição abril-julho 2012), intitulado “Primeiro relato de surto por Trypanosoma vivax em vacas leiteiras no estado de São Paulo”, o pesquisador descreve a possibilidade da mosca dos estábulos ter contribuído para a dispersão do parasita onde nunca havia sido observado anteriormente. “O controle da mosca é importante para evitar a contaminação de outras doenças”, alerta. 

Para combater a mosca, apenas a pulverização com produtos químicos não é efetiva. “Só fazer isso (pulverizar) não resolve o problema. O que resolve é retirar os dejetos, principalmente fezes dos animais herbívoros, levar para o lugar de compostagem, eliminar restos de alimento e qualquer acúmulo de material orgânico de origem vegetal”, recomenda Cadioli. 

Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo ainda não tem dados sobre os prejuízos causados pelo inseto ou informações sobre as regiões com maiores incidência. 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Controle parasitário de ovinos e caprinos: curso online tratará deste tema em setembro. Saiba mais!

As infecções causadas por parasitas geram prejuízos consideráveis na produção de ovinos e caprinos no Brasil e no mundo. Sua erradicação é, na maioria dos casos, impraticável e, geralmente, não é necessária para que se possa controlar parasitas economicamente importantes nos animais de criação. Deve-se, então, ter como meta assegurar que populações parasitárias não excedam níveis incompatíveis com o retorno econômico.

As estratégias de manejo sanitário podem resultar na melhora da relação custo-benefício para o produtor, visando ainda o uso consciente de compostos químicos. Caso isto não seja respeitado, todo o investimento de pesquisa e desenvolvimento pode não proporcionar o efeito desejado, ou seja, controlar a população parasitária e melhorar a condição sanitária do rebanho.

Recentemente, produtores preocupados com o meio ambiente e vislumbrando um mercado diferenciado da carne, lã, leite e produtos derivados, têm buscado implementar estratégias em longo prazo para o problema das infecções parasitárias. Desta forma, é necessário que todos os participantes da cadeia de produção de ovinos ecaprinos estejam cientes do problema e saibam propor estratégias sustentáveis de controle parasitário.

Como objetivo de auxiliar os produtores e técnicos a escolher estratégias para identificar, controlar e retardar a resistência parasitária, a AgriPont realizará o curso online Controle parasitário em ovinos e caprinos, permitindo esclarecer os mais recentes avanços nesta área, englobando conceitos que podem ser aplicados no campo.

O treinamento terá início no dia 18/09 e já está com inscrições abertas. Será ministrado pelo médico veterinário Marcelo Beltrão Molento, PhD em Parasitologia pela Universidade McGill, no Canadá; trouxe para o Brasil o método FAMACHA de avaliação individual de tratamento seletivo e é criador do SICOPA, Sistema Integrado de Controle Parasitário. Também é colaborador do site FarmPoint.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Amamentação controlada e a manifestação do cio na fêmea bovina

A amamentação controlada é um método adotado com objetivo de controlar o acesso do bezerro à mesma, tanto em gado de leite quanto em bovinos de corte, a fim de antecipar o retorno ao cio.
A adoção do método deve-se à observação da ausência da manifestação do cio, após o parto (adestro), em todas as fêmeas bovinas que amamentam seus bezerros. Além da amamentação, outros fatores que colaboram para o prolongamento do retorno à atividade reprodutiva no pós-parto são: a idade da fêmea, o grau de involução uterina, o nível de produção de leite e alguns fatores ambientais.
Apesar da existência desses outros fatores, em situações de restrição alimentar, um dos principais fatores responsáveis pelo restabelecimento da atividade cíclica é a amamentação.
Em bovinos de corte, foi constatado que a intensidade e frequência da amamentação podem retardar o aparecimento do primeiro cio após o parto. Já em gado de leite, como em os bezerros são impedidos de mamar ou mamam com menos frequência do que os de corte, as vacas de leite, geralmente, apresentam um período de adestro de mais curto.
A adoção do mesmo princípio empregado em gado de leite em bovinos de corte pode ajudar a antecipar o retorno ao cio. Considerando esse objetivo, geralmente, a partir dos 30 dias de idade, os bezerros são apartados das vacas e amamentados apenas duas vezes por dia (das seis às oito horas da manhã e das quatro às seis da tarde).
No entanto, a amamentação controlada, apesar de apresentar bons resultados, em termos de manifestação do cio e fertilidade, apresenta uso limitado devido ao manejo intensivo, principalmente durante a primeira semana de aparte.
Fonte: CPT

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Nova regra para uso de embriões em receptoras zebuínas gera polêmica entre pecuaristas

A partir de 2014 os criadores que usam as técnicas de fertilização in vitro e transferência de embriões só poderão implantar em receptoras registradas.

Criadores de raças zebuínas que usam fertilização in vitro (FIV) e transferência de embriões (TE) como técnicas de reprodução só poderão usar como receptoras vacas zebuínas a partir de 2014. A mudança gera polêmica entre pecuaristas. Alguns alegam que a alteração aumentará o custo, enquanto a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) acredita que valorizará as raças puras.

Alguns pecuaristas já estão se preparando. Aos poucos, no meio das receptoras mestiças, vão surgindo as zebuínas. Na chácara Naviraí, no município de Uberaba, no Triângulo Mineiro, alguns vacas da raça brahmam e guzerá já são usadas como receptoras para bezerros nelore. Ao todo, a fazenda tem cerca de 150 receptoras de raças zebuínas.

A determinação da ABCZ vale para as raças nelore, brahman, cangaian e indubrasil. As associações das outras raças, como gir leiteiro e guzerá, não aceitaram a nova regra.

De acordo com dados da associação, em 2011, somando as técnicas de FIV e TE foram implantados quase 280 mil embriões de raças zebuínas em todo o país. Poderão ser usadas como receptoras zebuínas as fêmeas PO, LA, fruto de cruzamento de zebu com zebu e também aquelas consideradas, pelo fenótipo, como 100% zebuínas, mas estas últimas só durante dois anos.

A mudança trará efeito direto nos bancos de receptoras, que atualmente usam somente animais mestiços de gado europeu. Atualmente, uma fêmea para ser trabalhada como receptora custa cerca de R$ 1,05 mil. A estimativa é que com a medida uma receptora zebuína ultrapasse o valor de R$ 1,5 mil.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Queda na produção leiteira atinge programa federal

Em decorrência da seca, a indústria beneficiadora de leite e produtores do Estado do Ceará continuam sofrendo com grandes prejuízos. Falta água e pasto para o rebanho bovino, ocorrendo queda na produção de leite. Em Crateús, a produção, que antes dos problemas da estiagem alcançava 10 mil litros de leite por dia, hoje não chega à metade. Caiu para 4,5 mil diários. A situação é preocupante, pois afeta diretamente a economia local.

A Laika Laticínios, neste Município, amarga grandes prejuízos na produção e faturamento. Fornecedora do Leite Fome Zero, do Governo Federal, para quase cinco mil beneficiários na região, foi obrigada a suspender a distribuição de leite do Programa para quatro Municípios dos 11 que fornece diariamente. Contabiliza um déficit de 1,4 mil litros de leite por dia, o que traz um prejuízo mensal de R$ 53 mil, segundo o proprietário da empresa, Hildo Oliveira Filho.

"Com a grave seca, a falta de leite está limitando a venda e trazendo muitos prejuízos. A produção caiu tanto que tive que suspender a distribuição em Carnaubal, Croata, São Benedito e Guaraciaba do Norte", lamenta o empresário da única indústria de laticínios da região.

A suspensão ocorreu desde o dia 10 de maio e, a partir daí, o empresário tem buscado inúmeras estratégias para manter a distribuição do produto nos demais Municípios. Tem, inclusive, adquirido leite de produtores de regiões distantes, como forma de manter a distribuição. A situação aumenta ainda mais os custos e prejuízos.

Uma das soluções que o empresário está investindo, com vistas a manter a distribuição do Programa, a revenda do leite na cidade e região e superar os efeitos da cruel realidade, é a estocagem de leite. Para captar e armazenar o produto, está montando mais três tanques de resfriamento, a fim de superar as dificuldades do longo período que ainda vem pela frente.

"A situação é delicada e, dessa forma, espero amenizar os efeitos e prejuízos, mantendo as entregas e vendas", afirma Hildo.

Na Laika, o leite bovino é pasteurizado diariamente. No período da manhã e tarde, a indústria recebe o leite "in natura" dos produtores do Município e região, especialmente os ligados ao Pronaf. Após análises de acidez, o leite passa por todos os processos de limpeza, qualidade, resfriamento e estocagem e torna-se pasteurizado, ideal para o consumo humano saudável.

Daí é transportado em caminhões isolados termicamente para os Municípios da região, abastecendo as famílias beneficiadas pelo Programa Leite Fome Zero e comercializado nas padarias da região.

Preço

Para o secretário municipal de Agricultura, Carlos Soares, a realidade atual da produção de leite é complicada. "A seca afeta tudo. Os produtores sofrem para alimentar o rebanho e não conseguem manter a produção de leite. Outro agravante é o valor do produto, que torna a produção inviável", cita. É vendido com valores entre R$ 0,75 e R$ 0,80 o litro pelos produtores, valor que, segundo o secretário, não cobre os custos de produção.

Em Tauá, a Secretaria de Agricultura atua com o Programa Reserva Estratégica, que possibilita o armazenamento de alimentação para os animais. O problema é que a produção foi tão pouca no Município que o programa executado junto aos agricultores não é suficiente para atender toda a demanda.

"A produção de leite é afetada diretamente. Não houve produção de milho, então dificulta tudo. Não há pasto e os prejuízos são enormes tanto para o setor da pecuária leiteira como para os produtores", atesta a secretária adjunta de agricultura, Verônica Lima.

O Diário do Nordeste vem acompanhando a pecuária leiteira no Estado, neste período de seca. Desde março, mostra as preocupações de criadores com os efeitos da estiagem, no campo e na cidade. A queda na oferta de leite começou já nesta época, nas regiões mais afetadas pela seca, devido ao fim da pastagem natural. A situação é tão grave que existem locais em que o pasto nem germinou. Some-se a isso o aumento no preço dos insumos e rações. As previsões são de que o quadro se agrave neste segundo semestre do ano.

Muitos criadores estão vendendo seus rebanhos, inclusive, matrizes para o corte, e arcam com grandes prejuízos. Uma solução seria a transferência do rebanho para outras áreas, roça com pastagem em outros Municípios, mas a seca provocou estragos em quase todo o Estado. Alguns estão levando o rebanho para outros Estados.

Em junho, o jornal mostrou as ações voltadas para o setor por ocasião do XVI Pecnordeste, onde a temática foi abordada com a novidade do PecLeite, exposição de bovinos e caprinos de leite. Houve transferência de novas informações aos produtores sobre manejo eprodução, visando ao aumento da produtividade.

terça-feira, 10 de julho de 2012

II Encontro Nacional da Pecuária de Corte discute gargalos no setor e monopólios de frigoríficos

O II Encontro Nacional da Pecuária de Corte acontece hoje em Cuiabá, Mato Grosso, e traz como principais discussões os gargalos no setor, além do monopólio de alguns frigoríficos, que tanto prejudicam o mercado.

De acordo com José João Bernardes, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), o estado tem o maior rebanho do Brasil, além da maior concentração de frigoríficos. Segundo ele, cerca de 50%  do território está nas maõs de uma única empresa frigorífica. Como consequência, Bernardes revela que os preços praticados  no Mato Grosso hoje são os menores do Brasil.

O grande problema tanto no Mato Grosso quanto em Mato Grosso do Sul e Goiás é que a concentração dos frigoríficos faz com que os preços tenham ficado mais baixos. "Os frigoríficos concentradores tem ainda a capacidade de influenciar no preço dos demais, porque passam a ser referência na fixação dos preços", diz Bernardes.

Ainda de acordo com o presidente da Acrimat,os fatores de financiamento público criaram desequilíbrio no mercado, pois não foram distribuídos para todos os frigoríficos, o que possibilitou a formação de grandes grupos, que alteraram o mercado em prejuízo do produtor. "O produtor está recebendo menos e o consumidor não está se beneficiando disso", argumenta Bernardes, que faz questão de frisar que a discussão sobre o tema deve ser ampla, envolvendo toda a cadeia da carne.


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Taxa de lotação (bovino por hectare) pode dobrar com uso de tecnologia

Segundo diretor do CBNA (Colégio Brasileiro de Nutrição Animal), pecuária nacional tem atualmente taxa de lotação inferior a 1 "Unidade Animal" (1 UA = 450 kg) por hectare.
O Brasil pode dobrar o tamanho de seu rebanho sem ter que derrubar uma única árvore. Para isso basta empregar as tecnologias já disponíveis aos criadores. A afirmação é de Marcos Sampaio Baruselli, coordenador nacional de gado de corte e confinamento, da Tortuga, e diretor do CBNA (Colégio Brasileiro de Nutrição Animal).
"É possível dobrar a taxa de lotação, indo para 2 UA/ha, de forma sustentável e ambientalmente correta, como já pode ser observado em um grande número de propriedades rurais", explica o diretor do CBNA. Mas muito ainda tem de ser feito a respeito do correto uso de tecnologias na pecuária de corte no Brasil.
O manejo adequado do sistema "solo X planta X animal", associado à exata suplementação alimentar dos rebanhos, formam a base tecnológica da pecuária de corte sustentável que já vem crescendo de forma significativa em todos os Estados brasileiros com vocação pecuária.

SAIBA MAIS
O Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA) cumpre um papel importante ao levar ao campo, aos produtores rurais e aos técnicos em agropecuária, informações de conteúdo científico acurado. Dessa forma, o CBNA é reconhecido de forma positiva no setor da pecuária por fomentar o uso de tecnologias no campo. Ao apresentar o que há de mais avançado em soluções inovadoras para a pecuária por meio de seus diversos congressos, realizados anualmente em diferentes cidades do Brasil, o CBNA contribui de modo decisivo para o avanço da pecuária de corte sustentável, por meio da difusão do uso de tecnologias. Vale assinalar que o CONGRESSO SOBRE MANEJO E NUTRIÇÃO DE BOVINOS alcança em 2012 sua XI edição, tendo sido a X realizada em Campo Grande (MS), ano passado.

FONTE: BeefWorld, com informações de Acessoria.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Seleção do gado leiteiro evita riscos à saúde humana

A exemplo da Nova Zelândia e da Austrália, o mercado de leite internacional investiga uma forma de trabalhar com animais que possuam um tipo de gene que não apresente riscos à população. Em sintonia com este movimento no Brasil, o professor Humberto Tonhati, da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária (FCAV), da Unesp de Jaboticabal, coordenou um trabalho que prevê a genotipagem de bovinos leiteiros possibilitando a seleção dos melhores animais.

O projeto busca identificar os alelos (formas alternativas) do gene da beta-caseína (uma das proteínas do leite) em bovinos leiteiros. O gene pode possuir dois alelos: A1 e A2. O alelo A1 tem uma mutação que causa uma substituição de um aminoácido na proteína da beta-caseína. Estudos apontam que a proteína A1 estaria associada ao aumento de chances de desenvolver diabetes, doenças do coração e autismo em pessoas com pré-disposição. Há também suspeita de que ela seja o fator causador de doenças alérgicas.

Os bovinos leiteiros podem ter duas cópias do alelo A1; duas cópias do alelo A2 ou ainda, uma cópia do alelo A1 e uma cópia do alelo A2. Para este trabalho, foram analisados 295 animais, sendo que 89% dos animais são A2A2; 5%, A1A2 e 6% A1A1. Os animais A2A2 produzem somente proteína da beta-caseína do tipo A2. Os animais A1A1 produzem do tipo A1 e os animais A1A2, dos dois tipos. “Por meio da identificação, o produtor pode selecionar animais no rebanho que são A2A2 e o leite produzido por ele terá somente proteína da beta-caseína do tipo A2”, explica Tonhati.

Todos os animais avaliados são da raça Gir. “Essa raça é importante no contexto de produção de leite de regiões tropicais como o Brasil, sendo muito utilizada em cruzamentos com outras raças”, destaca o professor.

A pesquisa, iniciada em 2011, compreendeu em classificação dos animais, coleta de material biológico, extração de DNA, genotipagem dos animais, processamento dos resultados e envio dos resultados aos produtores. O trabalho de genotipagem é gratuito e é realizado pelo Laboratório de Genética Molecular do departamento de Zootecnia da FCAV.

Fonte: Unesp - Redação: Kelvin

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Painel sobre doenças respiratórias em suínos foi destaque no Dia de Campo da Suinocultura em Tapurah (MT)

Em Mato Grosso uma das principais causas de prejuízos nas granjas de suínos é a ocorrência de doenças respiratórias. O assunto foi tema de uma palestra promovida pela Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) no Dia de Campo da Suinocultura realizado no último sábado (30.06) em Tapurah, que reuniu mais de 50 suinocultores.
De acordo com o professor e diretor técnico do laboratório Ipeve, Instituto de Pesquisas Veterinárias Especializadas, Ronaldo Rei, as ocorrências e a severidade das doenças respiratórias dependem da idade do animal, da severidade da infecção depois do aparecimento dos primeiros sinais clínicos. Portanto, é muito difícil estimar as perdas em todos os casos individuais. Além da redução no desempenho dos animais, as doenças respiratórias provocam aumento da mortalidade, custos com tratamentos, vacinações e condenações de carcaças nos abatedouros.
 Rei explicou que vários fatores facilitam as infecções virais e bacterianas que adoecem os animais. “Na maioria dos casos a grande concentração de suínos na granja, a baixa ventilação, alto fluxo de animais, estresse e mudanças bruscas de temperatura”, comentou o professor. 
No encontro com os suinocultores a participação dos produtores foi bastante produtiva, avalia o presidente da Associação dos produtores Integrados na Suinocultura do Meio Norte de Mato Grosso (Aprismat), Joison Romio. "Atualmente, o suinocultor dispõe de diversas ferramentas, como as vacinas para prevenir e controlar doenças respiratórias em seu plantel, mas muitos ainda não tinham informações completas sobre as doenças e seus tratamentos", complementou Joison.
A legislação trabalhista foi outro assunto a ser abordado no Dia de Campo, com o superintendente Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso. Valdiney Antônio de Arruda, na ocasião os suinocultores puderam tirar suas dúvidas em relação às contratações de funcionários em suas granjas.  Na palestra o superintendente falou sobre carga horária trabalhista, modalidades de contratação, condições de trabalho e trâmites de admissão e demissão. 
Segundo o diretor executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues, o dia de campo atingiu seu objetivo. “As palestras foram bem explicativas e interessantes, os suinocultores da região participaram e puderam retirar suas dúvidas sobre as doenças respiratórias e legislações trabalhistas. Afinal esta é a função da Acrismat dar todo tipo de suporte ao segmento”, afirmou Custódio Rodrigues.
AGENDA: O próximo evento será em Sorriso/MT, “8º Encontro de Suinocultores”, nos dias 12 a 14 de julho. 

Mais informações em www.acrismat.com.br

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Fertilizante com dejeto suíno pode levar toxicidade a solos.

Os dejetos de suínos utilizados como fertilizante agrícola podem apresentar toxicidade para a fauna que habita o solo (edáfica). O trabalho da zootecnista Júlia Corá Segat realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, avaliou o potencial toxicológico dos dejetos em solos de Santa Catarina, utilizando como ferramenta a ecotoxicologia terrestre, que mede os efeitos na letalidade, reprodução, desenvolvimento e comportamento dos seres vivos existentes no solo. O estudo de mestrado aponta a importância da utilização de solos naturais de diferentes texturas e de diferentes organismos na avaliação de toxicidade.
 
Criação de suínos gera aporte de dejetos, usados como fertilizante, nos solos.
A zootecnista avaliou por meio de testes ecotoxicológicos os efeitos de doses crescentes de dejeto de suínos — 0, 25, 50, 75 e 100 metros cúbicos por hectare (m3 ha-1), baseando-se na recomendação da legislação catarinense para esse resíduo (50 m3 ha-1). Em diferentes tipos de solo (Argissolo Vermelho Eutrófico, Latossolo Vermelho Distrófico, Neossolo Quartzarênico e Solo Artificial Tropical) avaliou-se a sobrevivência, a reprodução e o comportamento de minhocas (Eisenia andrei) e colêmbolos (Folsomia candida), uma espécie de inseto, a partir de metodologias padronizadas internacionalmente.
 
“Os resultados das avaliações com minhocas mostraram que no Neossolo Quartzarênico a toxicidade do dejeto causou letalidade a 100% dos animais nas duas maiores doses testadas”, conta Julia. Para os testes avaliando o potencial reprodutivo, as doses testadas em Neossolo Quartzarênico tiveram efeitos negativos em minhocas, mas nos outros solos não ocorreu efeito perceptível.
 
Os resultados obtidos para testes em colêmbolos mostraram toxicidade em todas as doses testadas, causando letalidade significativa na menor dose de dejeto aplicada e, baseado nessa resposta, doses menores foram usadas para avaliar o efeito crônico e comportamental (0, 10, 15, 20 e 25 m3 ha-1). As doses usadas para o teste de reprodução causaram redução no número de juvenis gerados em todos os solos testados. “No teste de comportamento foi observada fuga dos organismos do solo tratado com as duas maiores doses de dejeto de suínos”, ressalta a pesquisadora.
 
De acordo com a zootecnista, a ecotoxicologia terrestre é utilizada para avaliar efeitos de substâncias que, quando adicionadas aos solos, causam impactos em organismos, mensurando as respostas de alterações na taxa de letalidade, reprodução, desenvolvimento e comportamento de organismos edáficos padronizados. “No Brasil a ecotoxicologia terrestre é uma ferramenta nova e pouco utilizada, que vem sendo aos poucos implantada no país, em alguns centros de pesquisa. Já na Europa é amplamente usada e até obrigatória para indicar a toxicidade de resíduos que possam ter como destino os solos”, explica a pesquisadora.
 
Júlia enfatiza a necessidade de desenvolver estudos utilizando a ecotoxicologia terrestre como ferramenta de avaliação por apresentar respostas rápidas e confiáveis sobre a toxicidade de substâncias incorporadas a solos. “Os resultados dessas avaliações também servem de subsídios para estabelecer valores limites de aplicação de resíduos em solos”, destaca.
 
O trabalho, apresentado no programa de Pós-graduação de Solos e Nutrição de Plantas da Esalq, teve o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A orientadora foi a professora Elke Jurandy Bran Nogueira Cardoso, do Departamento de Ciência do Solo (LSO) da Esalq.
 
O Brasil ocupa atualmente a quarta posição entre os produtores mundiais de carne suína e o estado de Santa Catarina é responsável por 25% desta produção. Nesse estado brasileiro, a intensificação da produção em pequena área territorial gera um grande aporte anual de dejetos de suínos por unidade de área agrícola. Isso porque a alternativa mais utilizada para descarte desses resíduos é a sua aplicação como fertilizante agrícola, prática que tem gerado um dos maiores problemas de poluição ambiental e de impacto nos organismos que habitam os solos (edáficos), especialmente na região Oeste Catarinense.

Caio Albuquerque | Agência USP

terça-feira, 3 de julho de 2012

Mapa autoriza registro de 1º beta-agonista para bovinos no Brasil

Aditivo melhorador de desempenho produzido pela MSD chega ao País em julho
Mônica Costa

O Ministério da Agricultura (Mapa) autorizou nesta segunda-feira, 25, a comercialização do aditivo melhorador de desempenho Zilmax® pela MSD Saúde Animal no Brasil. O produto, indicado exclusivamente para bovinos em confinamento, é um estimulante do crescimento para ganho de massa corporal e melhor conversão alimentar.
 “O aditivo permite produzir mais carne por animal através do aumento no rendimento da carcaça”, explica Tiago Arantes, gerente de produtos da multinacional. Segundo o executivo, a molécula já é usada há 14 anos no México e na África do Sul e tem sido aplicado no rebanho norte-americano há 6 anos.  “O aditivo deve ser usado entre 20 e 40 dias antes do abate do bovino e está comprovado que o ganho de peso neste período é de 1@, em média”, afirma.
Assim que recebeu a aprovação do Mapa, a filial brasileira solicitou a importação do aditivo da unidade francesa onde é produzido. “Pela urgência da demanda, parte do lote virá de avião e o restante chegará de navio”, diz Arantes. A expectativa é que o produto esteja à disposição do pecuarista no mês de julho, em tempo de ser comercializado para a fase final da terminação dos animais confinados na entressafra.
No Brasil, os beta-agonistas são liberados desde 1996 apenas para suinocultura. O uso dos aditivos trouxe resultados considerados positivos pelo setor, como a melhoria no ganho de peso, a conversão alimentar e a deposição de carne magra. Mas confinadores de bovinos não podiam fornecer o produto ao gado por causa da Instrução Normativa nº 10, que proibia o uso de substâncias naturais ou artificiais com atividade anabolizantes no País, incluídas as desprovidas de caráter hormonal.
No ano passado, a Associação Brasileira de Confinadores (Assocon), a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) solicitaram a mudança na legislação para que os beta-agonistas também pudessem ser aplicados na bovinocultura. Para atender a demanda, o Mapa excluiu da IN nº 10 o trecho relativo às substâncias anabolizantes, que representava obstáculo à liberação dos beta-agonistas, e publicadou, em dezembro de 2011, a IN nº 55, que garante o acesso da pecuária bovina ao produto.

Fonte: Portal DBO

segunda-feira, 2 de julho de 2012

SEAB E EMATER promovem seminário sobre pecuária

O Núcleo Regional de Guarapuava da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB), em parceira com o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), vão realizar na próxima quarta-feira (04), o Seminário Regional de Pecuária de Corte. 

O evento será no anfiteatro do Sindicato Rural de Guarapuava (R. Afonso Botelho, nº 58 - Trianon), às 14 horas, e terá como palestrantes o zootecnista do Instituto Emater Paraná, Luiz Fernando Brondani e o coordenador da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Bovino de Corte da SEAB - Curitiba, José Antônio Garcia Baena. 

A SEAB e EMATER pretendem abordar junto com os pecuaristas da região a situação da bovinocultura de corte no Paraná e definir metas para aprimorar a produção

Segundo o chefe regional da SEAB, Itacir Vezzaro o objetivo do evento é apresentar uma proposta de modernização da bovinocultura de corte no Paraná a partir do projeto Carne Paraná que visa promover políticas públicas em prol da cadeia produtiva pecuarista. “Acredito que seja uma forma de reorganizar a cadeia, no sentido de trazer novas estratégias e modernizar a produção de carne em todo o Estado”. 

O evento conta com o apoio do Sindicato Rural de Guarapuava.