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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Laboratório confirma morte de bovino por raiva herbívora


O município de Ijuí acendeu o sinal de alerta ontem após a morte de um bovino por raiva herbívora em Colônia Santo Antônio, interior de Ijuí. A confirmação do óbito pela doença partiu do laboratório da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) na quinta-feira. Segundo a coordenadoria municipal de Saúde, o animal morreu no dia 9 de agosto e apresentava sintomas da doença desde o dia 2.
As ações para analisar o caso e definir métodos para conter um possível avanço da doença começaram na manhã de ontem, com uma reunião entre o Executivo e órgãos ligados à saúde. A partir da próxima semana, deve ter início o processo de vacinação de bovinos e equinos localizados em um raio de até 12 quilômetros a partir do ponto da primeira morte.
“Não trabalhávamos na área de Ijuí no combate ao morcego porque não havia notícia da proliferação. Fomos até deixados fora desse programa do governo do Estado”, explica o inspetor regional de agricultura, Emilio Stumm, se referindo a ações do governo para estruturar as equipes que combatem a raiva bovina no Rio Grande do Sul. Na próxima semana, equipes de Secretaria Estadual de Agricultura estarão na região para iniciar um trabalho de controle da população de morcegos.
Entre os sintomas da doença, a principal e mais perigosa é a salivação. Além disso, o animal infectado procura isolamento, perde apetite, permanece de cabeça baixa, indiferente ao que ocorre no ambiente, pode ser acometido de ataques de fúria e passar a mugir constantemente, assim como ranger os dentes. Após esta fase, surgem os sintomas do sistema nervoso, que provocam a perda de coordenação e a queda do animal ao solo. A morte se dá até 12 dias após o início dos sintomas. “A raiva ocorre quando o morcego tem fatores como a seca e sai do seu esconderijo a procura de alimento devido à mudança climática e ao ar seco. O morcego encontra os bovinos e desencadeia a situação”, explica Stumm. A recomendação do inspetor é que os animais não sejam abatidos.
A preocupação das equipes de saúde aumenta em virtude do fato de que a doença é letal também para humanos. Por isso, ainda não está descartada a imunização de seres humanos e de animais domésticos. Porém, a contaminação só ocorre em caso de contato da pessoa com a saliva ou lesões na pele do animal. Alimentos produzidos a partir do leite ou da carne bovina não transmitem a doença. A infecção não ocorre entre os animais, apenas pelo ataque dos morcegos aos rebanhos.
Em todo o Estado, o número de animais mortos recentemente pela raiva herbívora chega a 3,5 mil. “Era uma coisa que não tínhamos como evitar. Era previsível porque está aumentando em todo o Estado”, diz Stumm.
Ainda ontem, equipes de saúde do município se reuniram com a comunidade da Colônia Santo Antônio para esclarecer o que ocorreu na região e explicar os procedimentos a serem tomados a partir de agora. Stumm confirmou que palestras sobre educação sanitária devem ter início em Ijuí.

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