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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Carne suína e de frango devem subir até 10%


Os efeitos de uma das maiores secas da história dos EUA, que provocou quebra na safra de grãos daquele país, vão chegar logo ao bolso do consumidor brasileiro.
Duas das maiores produtoras de carnes de frango e suína do País disseram ontem que vão reajustar os preços em breve. O objetivo é compensar o aumento de custos provocado pela alta das cotações do milho e da soja.
"Vamos reajustar os preços entre 5% e 10% de imediato", afirmou José Antonio do Prado Fay, presidente da BRF-Brasil Foods, dona das marcas Sadia e Perdigão.
No segundo trimestre deste ano, quando o milho subiu 16% em relação ao mesmo período de 2011, a companhia conseguiu aumentar os seus preços marginalmente, entre 1% e 2% --o insuficiente para cobrir os maiores gastos.
"Respeitamos o nosso consumidor, mas é necessária uma implementação muito mais rápida do aumento de preços", disse Fay.
Principal concorrente da BRF no mercado interno, a Seara Brasil (divisão de aves, suínos e processados da Marfrig) conseguiu preços 6,1% maiores no mercado doméstico no segundo trimestre, em relação ao primeiro.
Além dos reajustes, o percentual reflete a maior participação de produtos industrializados na receita --59%, ante 50% há um ano.
A empresa avisa, no entanto, que promoverá novos aumentos. "Eles não foram suficientes (para compensar os custos)", disse David Palfenier, presidente da Seara. "Continuamos buscando maiores preços", acrescentou.
O frango e o suíno vendidos por produtores independentes, que fornecem a essas indústrias, indicam que há espaço para a alta.
Segundo pesquisa da Folha, a arroba do suíno sobe 70% nos frigoríficos paulistas em 30 dias. O frango vivo avança 30% nas granjas.
QUEDA NO LUCRO
A alta nos custos teve impacto no resultado das empresas no segundo trimestre.
O lucro da BRF caiu 99%, para R$ 6 milhões, também bastante influenciado pelo aumento de despesas provocado pela transferência de ativos para a Marfrig --operação determinada pelo Cade.
A rival teve lucro de R$ 15,5 milhões e reverteu prejuízo de R$ 91 milhões no mesmo período do ano passado. Mas previu que o maior impacto ainda está por vir, pois a explosão do preço do milho ocorreu no terceiro trimestre.
Além de preço maior, as empresas informaram que buscam reduzir despesas para melhorar a rentabilidade.

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