A ovinocultura de corte está se tornando uma atividade cada vez mais atraente em Mato Grosso. O estado possui um rebanho de 1,4 milhões de cabeças, de acordo com dados do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado Mato Grosso (Indea), e cresce a uma taxa de 27% ao ano, respondendo por cerca de 11% do rebanho nacional, que é de 17 milhões de animais. Planejamento e eficiência na criação são os pilares para a boa produção que pode ser uma alternativa para diversificar a geração de renda no campo. As oportunidades da cadeia foram discutidas durante o Famato em Campo, que reuniu aproximadamente 200 pessoas na sexta-feira (24.08), na Fazenda Herkapi, em Sorriso. O evento foi realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (FAMATO), em parceria com o Sindicato Rural de Sorriso.
Segundo o presidente da FAMATO, Rui Prado, a entidade está empenhada em incentivar outras atividades econômicas em Mato Grosso, como a produção leiteira, a ovinocultura e também a piscicultura. "O estado oferece inúmeras oportunidades para diversificar a produção e desenvolver outras cadeias produtivas com potencial, mas que ainda são consideradas pouco expressivas, como a ovinocultura. Queremos mostrar ao produtor rural que esta integração de cadeias pode lhe garantir rentabilidade o ano todo", enfatiza.
De acordo com o zootecnista e coordenador estadual da cadeia produtiva da caprino-ovinocultura de Mato Grosso, Paulo de Tarso, um dos palestrantes do evento, o estado tem potencial para se transformar no maior produtor do país, mas para isso alguns desafios precisam ser vencidos. "É necessário a implantação de ações voltadas ao incentivo do consumo, além de levar conhecimento ao produtor de que a atividade pode ser rentável ocupando um pequeno espaço na propriedade. O momento é de dar apoio a esta cadeia. Com a taxa de crescimento de 27% ao ano, poderemos ter o maior rebanho do país em poucos anos, basta incentivar", afirma.
A fazenda Harkapi, em Sorriso, é considerada modelo na criação de ovinos e na integração lavoura pecuária. A família Piccoli entrou na atividade em 2006 com 30 animais. Hoje são 2.500 cabeças das raças Santa Inês, Dorper, Lacaune, White Dorper e Texel que ocupam apenas 35 hectares da propriedade. "O mais interessante é mostrar que é possível criar ovinos em integração com outras culturas, como soja e milho e também a pecuária de corte ocupando áreas mais acidentadas, que não são mecanizáveis"., explica um dos proprietários da fazenda, Hernandes Piccoli.
Sucesso - Para o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Laércio Lenz, co-realizador do dia de campo, o exemplo da família Piccoli incentiva outros produtores da régião a seguir o mesmo caminho. "Conseguimos reunir cerca de 200 pessoas em Sorriso para falar de um assunto diferente de soja, o que mostra o quanto os produtores estão interessados em diversificar suas atividades, considerando a ovinocultura uma possibilidade".
Esse foi o segundo Famato em Campo promovido neste ano. O primeiro focado em leite foi realizado em julho, em São José dos Quatro Marcos.
Assessoria de Comunicação do Sistema FAMATO
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