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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Pecuária leiteira está em alerta com a estiagem; quebra chega a 20%

Umuarama - A falta de chuva, típica nesta época do ano, tem preocupado diversos produtores de leite de Umuarama. Segundo o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), as quebras nas produções chegam a atingir a margem dos 20%. Isso ocorre devido à estiagem, que prejudica diretamente o capim; uma das principais fontes de alimentação do gado leiteiro.

                  
De acordo com o economista do Deral de Umuarama, Ático Luiz Ferreira, esta seca começou afetar a pecuária nos últimos 15 dias, deixando muitos produtores de leite em alerta. “A estiagem é um fenômeno anual, por isso os pecuaristas precisam estar atentos e preparar um estoque de alimentação para que a produção não sofra tanto”, orienta Ferreira.


Ele acrescenta que além do pasto, os produtores podem utilizar a silagem ou o feno para substituir o capim durante esses dias de baixa rentabilidade. “O pasto seco reduz a produção, porque baixa a qualidade do alimento do rebanho”, diz o economista.


Fábio Nezzabre, técnico agrônomo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), revela que as estatísticas registradas em Umuarama seguem a média estadual. No Paraná, as quebras da produção de leite estão entre 15 a 20%. “Tratando-se de agropecuária, a leiteira é a que sente mais com a estiagem, diferente da de corte, que, no máximo, pode sofrer apenas um atraso no abate”, informa o agrônomo.


Com uma média de 41 pecuaristas associados, a Associação de Produtores de Leite de Umuarama (Umuleite), apresentou, dentro de uma semana, uma queda de quase mil litros em toda a produção. Conforme divulgou a administração do laticínio, essa quebra pode aumentar ainda mais, caso não haja previsão de chuva para os próximos dias.


“Não podemos afirmar nada, mas, o que ouvimos de muitos produtores é que essa estiagem está mais intensa que a seca registrada no mesmo período do ano passado”, comenta a administradora da Umuleite, Janaina Vieira.


Com pouco estoque de silagem, o pecuarista, Marcelo Zubioli se diz preocupado com a situação. A pastagem já está parcialmente comprometida e a alimentação que ainda resta deve durar por, no máximo, duas semanas. “A qualidade do capim também interfere bastante. Aqui na nossa região, temos uma qualidade de pasto que não é resistente, então, qualquer estiagem já afeta”, complementa.


Zubioli explica que a média diária da produção dele é de aproximadamente 220 litros/dia, entretanto, nas últimas ordenhas a média não ultrapassou a faixa dos 180 litros/dia. “Se não chover, não sei o que vou fazer. Quem produz leite sabe que todo ano, entre julho a setembro é esse problema e também entende que só a silagem não é suficiente para manter a produtividade”, conta.


Queda na produção


Assim como Zubioli, outro produtor de leite de Umuarama que está atento ao clima, é Edson Scapim. Ele diz que a produção leiteira na propriedade dele caiu cerca de 70 litros. Para Scapim a maior preocupação não é tanto o estoque de alimentação, mas sim o preço para manter esse alimento opcional.
“O farelo de soja, que é uma grande opção para mantermos a qualidade do leite, praticamente dobrou o preço. Antes se pagava R$ 800 pelo saco, agora está R$ 1.600”, discorre indignado o pecuarista. Ele ressalta que para evitar grandes gastos na produção, ainda aproveita o pasto, mesmo que seco, e a silagem complementa a alimentação do gado de leite.


Preço e previsão de chuva

Atualmente, o preço do litro de leite está em torno de R$ 0,78, porém, se o produtor não atender às exigências de qualidade, esse valor cai para R$ 0,70. “Tem muito produtor desanimado da pecuária leiteira. Se continuar desse jeito, vamos ter que comprar o produto de outros laticínios para poder suprir a demanda do mercado local”, destaca a administradora da Umuleite, Janaina. De acordo com dados do Instituto Meteorológico do Paraná (Simepar), não há previsão de chuva para esta semana, o que deixa os agropecuaristas ainda mais receosos. Se a estiagem permanecer por um longo período, o preço do produto, nas prateleiras dos supermercados da cidade, poderá subir, uma vez que o custo da produção será maior. 

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