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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Megaleite 2012: nutrição como fator decisivo no desempenho de bovinos leiteiros

A cidade de Uberaba, em Minas Gerais, sediará a Exposição Brasileira do Agronegócio do Leite (Megaleite 2012). O evento acontecerá, entre os dias 01 e 08 de julho, no Parque de Exposições Fernando Costa e reunirá as raças: Holandês, Indubrasil, Girolando, Gir Leiteiro, Guzerá, Pardo - Suíço, Simental, Sindi, além de búfalos.
Conforme dados da Leite Brasil – Associação Brasileira dos Produtores de Leite - o setor leiteiro fechou 2011 com produção de 31 bilhões de litros. Para 2012 a expectativa é um incremento de 4%, alcançando 32,3 bilhões. As exportações de lácteos também são promissoras, com uma perspectiva de crescimento de 15% em relação a 2011, chegando a 888 milhões de litros/ano.
A alimentação é um dos principais fatores para o aumento no desempenho de bovinos leiteiros. O  Grupo Guabi – um dos maiores produtores de rações e suplementos minerais do país – destaca a importância da nutrição correta para que o animal tenha   máxima eficiência produtiva. Uma fêmea bovina só atinge o auge de produção se receber os nutrientes adequados em quantidade e qualidade, do nascimento até a lactação.
A produção de leite de uma vaca é definida pela sua capacidade de ingerir e metabolizar os nutrientes, portanto, o rúmen destes bovinos precisa apresentar grande capacidade volumétrica e funcionalidade.  Desde o nascimento, as bezerras necessitam de alimentos concentrados que estimularão o crescimento do epitélio ruminal (aumento da área de absorção). O estímulo primário para o desenvolvimento deste epitélio é químico e são os ácidos graxos voláteis, como o propionato e butirato, os responsáveis pelo desenvolvimento das papilas absortivas. 
A dieta baseada no fornecimento de água, leite e alimentos concentrados, nos primeiros 60 dias de vida dasbezerras, proporciona maior desenvolvimento. “Neste período, alguns pecuaristas ignoram estas recomendações e substituem  os alimentos concentrados por forragens, o que resulta em baixo ganho de peso dos animais. Para compensar esta situação, nos meses subsequentes, são oferecidos alimentos de forma indiscriminada. Isto acarreta em ganho de peso excessivo, o que compromete o desenvolvimento daglândula mamária (acúmulo de gordura). O ganho de peso excessivo até a puberdade significa redução da  receita da fazenda, já que houve consumo de alimento desnecessário e redução na produção de leite, que será vivenciada durante toda a vida produtiva do animal”, ressalta José Leonardo Ribeiro, gerente de produtos de ruminantes da Guabi.
Após o parto, vacas primíparas e multíparas necessitam de cuidados nutricionais especiais, principalmente aquelas de primeira cria, pelo fato de necessitarem crescer e produzir ao mesmo tempo. Os primeiros meses pós-parto são fundamentais, não só do ponto de vista produtivo como também reprodutivo. Os alimentos ingeridos sustentarão a manutenção, produção de leite (lactação), recuperação da condição corporal, retorno à reprodução e crescimento do animal.  É desejável que novilhas venham a parir pela primeira vez antes do 25º mês (raças européias), com aproximadamente 80% do peso de um animal adulto.
Em rebanhos leiteiros, o principal fator que limita a produção de leite e reprodução é o baixo teor de nutrientes digestíveis totais (energia) das “dietas”, principalmente dos alimentos volumosos. Portanto, para o incremento da produção de leite é necessário o fornecimento de alimentos concentrados (rações) que forneçam proteína, carboidratos, minerais e vitaminas.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Reunião debate projeto para melhoramento de forrageiras no Nordeste

A construção de um projeto em rede para contribuir com o melhoramento de plantas forrageiras na região Nordeste é o objetivo da reunião entre Embrapa e instituições convidadas, que acontecerá entre os dias 27 e 29 no Auditório Central da Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral-CE). O encontro, organizado pela equipe de Forragicultura e Pastagens da Unidade anfitriã e pelo Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da Embrapa, discutirá a articulação de parcerias e deve ser concluído com uma proposta de projeto de pesquisa já formatada.

Participarão da reunião representantes de seis unidades da Embrapa (Caprinos e Ovinos, Gado de Corte, Recursos Genéticos e Biotecnologia, Semiárido, Meio-Norte e Tabuleiros Costeiros), da Universidade Federal do Ceará, do Instituto de Pesquisa Agropecuária de Pernambuco (IPA), Instituto Nacional do Semiárido (INSA) e Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC). 

Segundo a pesquisadora Juliana Evangelista, da área de Melhoramento Vegetal da Embrapa Caprinos e Ovinos, a ideia é contar com os convidados para a composição da rede e a formatação de um projeto a ser enviado para a próxima chamada do Macroprograma 2 – carteira de financiamento da Embrapa para projetos voltados à competitividade e sustentabilidade setorial. “Todas as unidades da Embrapa no Nordeste que têm pesquisas na área de forragicultura estarão representadas”, frisou ela. 

A expectativa da reunião é consolidar a integração entre as entidades participantes, como forma de implementar inovações tecnológicas na área de forragicultura, que trabalha com espécies vegetais que servem de alimentação para animais de sistemas de produção. A garantia de alimentação consiste em uma das principais preocupações dos sistemas de produção na região Nordeste, principalmente em períodos de seca, como neste ano.

A iniciativa corresponde também a uma resposta ao investimento realizado pelas unidades da Embrapa nesta área de pesquisa para a região. Somente a Embrapa Caprinos e Ovinos contratou, por meio do concurso público realizado em 2010, seis novos pesquisadores para atuação em uma equipe que já atua em trabalhos sobre melhoramento vegetal, plantas forrageiras e fertilidade do solo.

Adilson Nóbrega
Embrapa Caprinos e Ovinos
MTb/CE 01269JP
adilson@cnpc.embrapa.br
(88) 3112.7483

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Preço do boi gordo está estável há 30 dias, mostra Scot Consultoria

Segundo analistas da empresa, semana começou com poucos negócios entre frigoríficos e criadores


De acordo com a Scot Consultoria, em São Paulo, o preço do boi gordo não teve alterações nos últimos 30 dias. A cotação está estável em R$ 93,00 a arroba, à vista, desde meados de maio.
Considerando o período desde 25 de maio, na média das 31 praças pesquisadas pela empresa, houve valorização de 0,3% na cotação do boi gordo. A região onde houve maior valorização foi o Sul da Bahia, alta de 4,4%.
Houve aumentos nos preços em 12 praças (38,7%) e recuos em seis (19,4%). Em 13 (41,9%) os preços se mantiveram em relação aos de 30 dias atrás. No oeste do Maranhão, as cotações recuaram 2,3% nos últimos 30 dias. Foi a maior desvalorização.
Início da semana
Segundo levantamento da consultoria, nesta segunda, dia 25, em São Paulo, a referência para o animal terminado se manteve em R$ 93,00 a arroba, à vista, e em R$ 94,00 a prazo, livres de imposto.
A maioria dos frigoríficos do Estado não negociou pela manhã e estava à espera de maiores definições ao longo do dia ou para esta terça, dia 26. As escalas de abate atendiam, em média, a quatro a cinco dias, embora existissem indústrias precisando de boiadas para a programação desta semana.
A situação estava parecida em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, onde boa parte dos frigoríficos estava fora das compras. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, a oferta de animais terminados é menor. A expectativa de maior disponibilidade fica para agosto, na saída de animais das pastagens de inverno.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Bubalinos

O interesse pela criação de búfalos vem aumentando a cada ano em todo o mundo. Embora o búfalo ainda seja um animal considerado exótico nos Estados Unidos, onde o búfalo doméstico (Bubalus bubalis) é conhecido como "water buffalo" em diferenciação ao bisão (Bison bison) também chamado de búfalo, a bubalinocultura vem crescendo ano a ano. O potencial do búfalo como animal do futuro já foi ressaltado nos EUA, tanto que em 1988 foi criada em Berry College em Rome, Georgia, a American Water Buffalo Association, cuja sede está agora localizada em Gainesville, Florida.
A criação de búfalos é uma atividade que vem sido desenvolvida durante milhares de anos em praticamente toda a Ásia, continente detentor de quase a totalidade do rebanho bubalino mundial (com cerca de 150 milhões de cabeças, representando ao redor de 97% do total mundial).
Nesses países, o búfalo ficou por longo tempo sendo utilizado como animal produtor de trabalho e leite, ainda assim, com baixa produtividade e eficiência devido o pobre desenvolvimento sócio-econômico da região.
Entretanto, o animal adquiriu ao longo do tempo, características próprias de adaptação ao ambiente hostil com alimentação à base de alimentos volumosos grosseiros. Entre essas características, destacam-se a rusticidade ao ambiente tropical, representada pela alta resistência às doenças comuns do gado bovino, alta capacidade reprodutiva, docilidade, entre outras .
Segundo a FAO, em 1998, o rebanho Bubalino era de aproximadamente 164,3 milhões de cabeças, representando cerca de 11% do rebanho bovino mundial, apresentando uma taxa de crescimento anual acima de 10%, em países como o Brasil.

Fora do continente asiático vamos encontrar búfalos na Europa, principalmente na Itália, Bulgária, Romênia e outros países. O país europeu com maior interesse na criação de búfalos é a Itália, onde desenvolveu-se o queijo
Muzzarella, originalmente feito com leite de búfala e muito apreciado comercialmente.
Tendo em vista as excelentes perspectivas de um ótimo mercado, os produtores por sua vez, embasados em pesquisas das mais competentes instituições, caminham no sentido de incrementar a produção, tanto do leite e derivados, quanto a da famosa carne "light".

O sistema de criação predominante no país ainda é o sistema extensivo, principalmente desenvolvido em pastagens nativas e de baixa qualidade. Isso se deve em grande parte ao preconceito contra o próprio animal de que a criação somente seria viável para os locais onde não se pode criar outros animais domésticos, como em regiões pantanosas, sujeitas a enchentes, de solos pobres, em terrenos montanhosos, etc. Porém, criadores têm procurado desenvolver uma criação mais racional com introdução de melhorias no sistema tornando-o mais eficiente, como as já realizadas pelas pecuárias bovinas leiteira e de corte.

Distribuição geográfica no Brasil

Os registros existentes na Associação Brasileira de Criadores de Búfalos mostram que esses animais foram introduzidos no país no final do século XIX, mas só ganharam projeção durante as últimas décadas. Atualmente, a grande maioria dos búfalos está ainda localizada na região Norte, porém a criação vem se ampliando em todas as regiões do país. A Bubalinocultura brasileira já é uma realidade, apresentando um efetivo de aproximadamente 3 milhões de cabeças, o que torna a criação de búfalos no Brasil como a mais importante localizada fora do continente asiático.
O búfalo, trazido para o nosso país, se adaptou e desenvolveu extraordinariamente em pastagens de todos os Estados. A diversificação de clima e de solo encontrada na grande extensão territorial brasileira, não foi obstáculo capaz de deter a sua caminhada.
Atualmente, ele é considerado como uma grande opção para a pecuária nacional, pois fornece produtos similares aos dos bovinos (carne, leite e sub-produtos) em condições mais econômicas.
Segundo a própria FAO, o rebanho brasileiro teria aproximadamente 1,2 milhões de cabeças, porém a ABCB (Associação Brasileira de Criadores de Búfalos), possui estimativas ao redor de 3 milhões de animais, o que torna a criação de búfalos no Brasil como a mais importante localizada fora do continente asiático, com destaque para a região Norte do país. O Brasil conta ainda com 450 mil cabeças na região Sudeste, 420 mil na região Nordeste, 360 mil na região Centro-Oeste e 270 mil na região Sul.
Todo território brasileiro apresenta condições para a bubalinocultura, estando sua população distribuída nas seguintes regiões:
Norte - 50%
Rondônia, Acre, Amazonas, Pará e Amapá.

Nordeste - 14%
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

Sudeste - 15%
Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.

Sul - 9%
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Centro Oeste - 12%
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Fatores no Manejo de Bovinos de Corte que influenciam na quantidade e qualidade da produção.

O sucesso de uma empresa agropecuária em suas atividade pecuárias depende da adoção de manejos corretos capazes de aumentar a produtividade da fazenda e diminuir perdas, tais como, índices reprodutivos baixos, número de mortes elevadas, lesões corporais nos transporte dos animais, entre outros.
Além disso, ao adotar manejos adequados para a criação de bovinos, valoriza-se, primeiramente, a separação dos animais por categorias, isso é, por sexo, idade, tipo e função na propriedade, pois com isso proporciona uma diminuição no estresse dos animais que é dado pela competição pelo alimento do coxo ou do pasto, pela água, pelo sal, além de proporcionar um maior controle do número animais na fazenda e dos índices zootécnicos.
A identificação dos animais (a fogo, tatuagem, brincos, correntes, nitrogênio líquido, eletronicamente ou outro método qualquer) deve ser feita para que se possa ter controle de repetições de cio, data da prenhez, provável data do parto, observações quando da Inseminação Artificial, etc., tudo muito bem anotado em fichas.
Quanto às vacas próximas do parto, estas deverão ficar em piquetes denominados maternidade com a finalidade de proporcionar assistência adequada tanto às fêmeas quanto aos bezerros, quando da parição, até que estes estejam em perfeitas condições (sadio e forte). O estado nutricional da vaca no terço final da gestação é de suma importância para um parto de forma sadia e fácil, com bastante leite ao bezerro, e uma rápida recuperação uterina e retorno ao primeiro cio fértil no pós-parto.
Assim que nasce o bezerro deve-se observar se ele mama o colostro da vaca nas primeiras 6 horas de vida, pois este colostro e essencial para a vida futura do animal, caso isso não ocorra ou pela vaca ter o teto grande ou pelo bezerro ser muito fraco deve-se conter a vaca e ajudar a beber o colostro. Vacas com tetos grandes devem ser descartadas do plantel.
Quanto às práticas de desmama (apresentadas com mais detalhe em outro artigo), no caso da desmama precoce, esta é recomendada para períodos de escassez de forragem. Sua finalidade é reduzir o estresse da amamentação e os requerimentos nutricionais da fêmea (principalmente de novilhas), permitindo que estas recuperem seu estado corporal e manifestem o cio. Já a desmama temporária ou interrompida é uma técnica de fácil adoção e empregada para se melhorar a fertilidade de rebanhos de corte. Consiste em separar o bezerro da vaca, por um período de 48 a 72 horas, a partir de 40 dias após o parto. O efeito da interrupção temporária da amamentação promove o aparecimento do cio, podendo aumentar a taxa de concepção das vacas em até 30%. Na desmama Tradicional, a idade de desmama vai depender, portanto, da disponibilidade de forragens e suplementação e da condição corporal da vaca.
Independente da forma de desmama ocorre o estresse, que é causado basicamente pelo efeito cumulativo dos componentes emocional e nutricional e em seguida, submetido a um pasto normalmente amadurecido, pobre em qualidade e com reduzida digestibilidade. Como consequência do estresse de desmama, geralmente ocorre atraso no desenvolvimento do animal, além de ele ficar mais suscetível a doenças e parasitoses. A permanência de algumas vacas chamadas “madrinhas” (formando as creches), junto ao lote de bezerros desmamados, é sempre aconselhável como forma de diminuir o estresse.
Outra questão de manejo de corte é a castração. A castração de machos normalmente ocorre na seca onde a incidência de moscas e outros insetos ou parasitas é menor. Para tanto, o criador deve procurar um Zootecnista ou um Veterinário para saber a melhor época, em cada região, em cada raça ou cruzamento. Independente das condições, o animal precisa estar em perfeita saúde para ser submetido a este manejo. Com o advento de novos medicamentos de ampla eficiência e longa ação, a prática de castração tornou-se mais fácil e menos causadora de prejuízos, porque garantem ao gado castrado mais proteção e ao produtor mais garantias de não perder o gado.
Fonte: Criar e Plantar

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Análise: Com confinamento recorde, pecuária dá sinal de maturidade

A pecuária brasileira deve bater recorde de produção de animais em regime intensivo, o chamado confinamento. Segundo estimativas de entidades de classe, em 2012 devem sair dos piquetes até 4 milhões de cabeças.

Esse volume é bem superior à média de gado confinado nos anos anteriores --sempre em torno de 2,5 milhões a 3,2 milhões de cabeças.

Esse crescimento empolga, mas os números brasileiros ainda permanecem muito distantes dos praticados nas maiores pecuárias do mundo, especialmente a dos Estados Unidos, onde o confinamento origina mais de 90% da oferta anual de carne bovina, que se aproxima de 12 milhões de toneladas.

Confirmando a expectativa deste ano, o Brasil produzirá, em regime intensivo, menos de 10% do gado a ser abatido. Em oferta de carne, esse volume de gado representa "apenas" 1 milhão de toneladas no ano. No total, estima-se que o país colocará no mercado cerca de 9,5 milhões de toneladas no ano.

É pouco, mas é um indicador importante para a pecuária nacional. Afinal, o confinamento é uma técnica de alto desempenho, realizada somente por profissionais, uma vez que as margens são apertadas e é preciso administrar muito bem os investimentos.

Especialistas entendem que a timidez do confinamento bovino no país está diretamente ligada à gangorra do preço da arroba, uma constante na história do setor.
Uma das explicações para essa situação é o distanciamento, igualmente histórico, dos dois mais importantes elos da cadeia da carne bovina: produtores e frigoríficos.

Quando a oferta de gado é alta, os frigoríficos se favorecem e os preços do boi caem; quando a oferta é baixa, os valores pagos pelos animais crescem e pressionam as margens da indústria.

Esse modelo tem se mostrado nefasto para todos os envolvidos. Alguns grandes projetos de confinamento sucumbiram aos custos e muitos frigoríficos foram abatidos por pesados prejuízos.

A boa notícia é que num cenário novo, em que aparecem sinais de parceria produtor-frigorífico e os preços do gado oscilam menos, o confinamento mostra crescimento.

A pecuária é uma atividade de conquistas e perdas. Há expectativa de que o avanço da pecuária intensiva venha para ficar e ajude os produtores a obter mais rentabilidade e os frigoríficos a ter volumes crescentes de gado jovem, pesado e com estruturas bem acabadas. Os ganhos são repartidos. O pecuarista é mais bem remunerado, e a indústria recebe matéria-prima homogênea, podendo negociar melhores contratos.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Pecuária é responsável direta por 25% das emissões de gases de efeito estufa

Para a Scot Consultoria e a Associação dos Profissionais da Pecuária Sustentável (APPS), a pecuária não é tão maléfica para o meio ambiente como os números usados por campanhas e organizações anticarne mostram. Durante a 18ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne (Feicorte), as duas instituições convidaram jornalistas para debater o assunto na palestra "Pecuária: uma questão de amor e ódio". Segundo eles, o fenômeno "negócio de fronteiras" - no qual terras são desmatadas e vendidas mais caras por conta da especulação imobiliária - é um dos grandes responsáveis pelo aumento do desmatamento. "A pecuária é consequência do desmatamento e não a causa", diz Rodrigo Paniago, diretor da Boviplan Consultoria

Dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação mostram que, em 2010, a mudança do uso da terra e florestas, ação que pode estar ligada à pecuária, foi responsável por 55,6% das emissões de gases de efeito estufas (GEE), no Brasil. Destes, a pecuária foi responsável por 25%. A maior parcela dessas emissões, 69,5%, veio da fermentação entérica dos animais, isto é, do pum e do arroto. Para a APPS, o número dos GEE da agropecuária pode ser facilmente reduzido com o uso de tecnologiase com mudanças no modo de produção, como por meio dos sistemas de confinamento e de integração lavoura-pecuária. 

Na Conferência da ONU Sobre Mudanças Climáticas (COP 15) realizada em 2009, o governo brasileiro apresentou suas metas para reduzir o impacto no meio ambiente. A diminuição do desmatamento da Amazônia seria a grande responsável pela queda da emissão de gases de efeito estufa, reduzindo 564 milhões de toneladas. Apesar da agropecuária não ser a única responsável por esse ponto, Paniago defende que o setor teria grande influência para conclusão da meta. No encontro, outros pontos foram colocados na conta da agropecuária: recuperação de áreas degradadas, plantio direto, fixação biológica denitrogênio, aumento do uso de biocombustíveis e crescimento das siderúrgicas com uso de carvão de florestas cultivadas. No total, o setor seria responsável por 88% de toda redução dos gases de efeito estufa no país.



Para APPS, agropecuária poderia reduzir 88% das emissões de GEE

Por meio do confinamento, o produtor utiliza menos hectares para a criação e consegue diminuir a idade de abate do bovino. Isto influencia diretamente na quantidade de metano liberado por quilo de carne e torna o confinamento uma técnica considerada menos agressiva ao meio ambiente.

Alcides Torres, presidente da Scot Consultoria lembra, porém, que essa técnica também pode causar danos ambientais, mesmo que reduzidos. “No confinamento há uma alta emissão de efluentes líquidos com alta concentração orgânica e é responsabilidade do pecuarista dar destino a esses resíduos que podem prejudicar o meio ambiente se não descartados corretamente”, disse. Outro problema citado foi a grande quantidade de dejetos sólidos produzida nesse tipo de criação. Porém, Torres defende que o esterco pode até se tornar uma fonte extra de renda e não de preocupação ao pecuarista, desde que este consiga encontrar alguém interessado em comprar o produto. 

No Brasil, a maioria dos pecuaristas faz uso do sistema "precoce confinado", no qual o animal precisa de 1,52 hectare para crescer até ser abatido, 24 meses depois. Segundo dados da Boviplan, sem implemento de tecnologias, o abate demoraria 42 meses e seriam necessários 4 hectares durante a criação. 

O investimento do governo em treinamento de profissionais também é visto pela APPS como fundamental para redução do impacto no meio ambiente. "Precisamos ter mais programas além do Municípios Verdes e do Agricultura de Baixo Carbono", afirma Paniago. Para provar que a pecuária brasileira é sustentável, o palestrante mostrou dados de uma pesquisa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com a Embrapa, sobre a recuperação de pastagens degradadas. No período entre 1970 e 2010, a área total de pastagens cultivadas cresceu 12%, enquanto o rebanho aumentou 215% e a produção de carne cerca de 440%. 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Um novo método de identificação de Artrite Encefalite Caprina

A Artrite Encefalite Caprina (CAE) é uma doença cosmopolita de alta prevalência nos rebanhos caprinos leiteiros do Brasil e do mundo, sendo inicialmente descrita na Islândia, e posteriormente relatada na França, África do Sul, Índia, Estados Unidos, Chile, Holanda e Alemanha. No Brasil encontra-se disseminada em alguns rebanhos no Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Maranhão, Pará, Piauí, Paraná e na Paraíba. Essa doença já liquidou muitos desses rebanhos brasileiros e exige muito cuidado e observação para evitar a introdução de animais atingidos pelo mal.
A CAE caracteriza-se por apresentar alta morbidade, diminuindo o ganho de peso dos animais e a produção de leite, com interferência na produtividade dos rebanhos leiteiros. Além disso, por tratar-se de uma enfermidade controlada por barreira sanitária, representa um fator limitante para o comércio internacional.
É uma doença causada pelo vírus CAEV (caprine arthritis-encephalitis vírus), de evolução lenta, manifestando diversas formas clínicas, tais como: artrite, problemas neurológicos, pneumo­nias e alterações na glândula mamária, apresentando semelhança molecular e biológica com o vírus visna-maedi. Tendo sido isolado esse vírus, tanto em caprinos como em ovinos, adotou-se a terminologia de Lentivírus de Pequenos Ruminantes (LVPR).
O LVPR pode estar presente em todos os líquidos biológicos do corpo do animal (saliva, sangue, leite, secreção vaginal e sêmen) e sua transmissão mais frequente entre caprinos ocorre através da ingestão do colostro e do leite de animais infectados.
Apesar da utilização de testes sorológicos, como o Imunodifusão em Gel de Agarose (IDGA) para detecção de anticorpos contra os lentivírus ca­prinos (LVC), esses testes apresentam baixa sensibilidade, podendo apresentar resultados falsos negativos devido à soroconversão.
Além do estudo da reação do sistema imune à CAE, portanto, outra área em expansão é a proteômica, a qual visa estudar as proteínas, não específicas do sistema imune, presentes no sangue, leite, saliva, plasma seminal e espermatozóides. Essas proteínas inibem a continuidade do dano tecidual, isolando e destruindo o agente agressor, e ativam o processo de reparação necessária do tecido para o retorno à normalidade.
A maioria dessas proteínas é formada por glicoproteínas sintetizadas pelos hepatócitos, como resposta à lesão tecidual, sendo encontradas na circulação sanguínea. A equipe da Embrapa Caprinos e Ovinos que trabalha com pro­teômica iniciou seus trabalhos com ca­prinos portadores da CAE visando identificar proteínas ligadas a essa enfer­midade no plasma seminal.
Estudos preliminares foram realizados e já mostram uma diferença entre o perfil protéico do plasma seminal entre caprinos Moxotó infectados e não infectados pela CAE. Nos animais soronegativos, verificou-se a presença das proteínas de pesos moleculares de 17, 28, 66, 88 e 136 kDa, enquanto que nos positivos foram observadas bandas de 31 e 34 kDa. O uso da proteômica, portanto, para identificação de caprinos portadores dessa enfermidade poderá, em um futuro próximo, levar à identificação de biomarcadores, colaborando com programas de controle e erradicação da Artrite Encefalite Caprina no Brasil.
Fonte: Accoba

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Superbactérias, novo produto da pecuária intensiva

Por Daniela Frabasile
O surgimento, entre humanos, de bactérias que se tornam imunes aos antibióticos mais potentes é um fenômeno conhecido há tempo. Acabam de surgir sinais de que algo mais grave pode estar ocorrendo entre os animais domesticados. O uso abusivo de medicamentos – em especial antibióticos – está causando o aparecimento de micro-organismos resistentes em larga escala, segundo estudo feito por Ray Kaplan, parasitologista da Universidade da Georgia, nos EUA, publicado recentemente na revista Veterinary Parasitology.
A pesquisa, realizada na Austrália, Brasil e Estados Unidos, revela que ovelhas e cabras são os animais mais afetados – mas há indícios de que também bovinos e equinos foram afetados. Em alguns casos, as bactérias são resistentes a todas as drogas disponíveis. A resistência é consequência direta de um dos processos da pecuária intensiva mais criticados pelos ambientalistas e defensores dos direitos dos animais. Em muitos casos, estes recebem antibióticos na própria alimentação, sem sequer terem desenvolvido doença alguma. O cálculo econômico indica que é mais lucrativo agir assim: os bichos serão abatidos antes que a medicação ultra-intensiva deteriore sua saúde; e o método permite ampliar o índice de animais “aproveitados”… para corte.
Kaplan refere-se ao problema como “global worming” (“vermifugação global”, em analogia ao aquecimento global, global warming, em inglês). Para o parasitologista, a solução seria ministrar as drogas apenas aos animais doentes, a fim de reduzir as chances de aparecimento de linhagens resistentes. Além disso, segundo Kaplan, não juntar tantos animais em espaços exíguos (os locais de criação ultra-intensiva) reduziria as chances de contágio.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Pfizer Saúde Animal traz seringas com tecnologia exclusiva às revendas do País

Com o Laço, além de poder modificar as datas das ocorrências padrões (vacinação contra aftosa, brucelose e etc) conforme sua região, o usuário poderá incluir novas ocorrências criando assim o seu próprio calendário sanitário.


Durante a 18ª edição Feicorte (Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne) – maior feira indoor de pecuária de corte da América Latina que será realizada de 11 a 15 de junho (segunda a sexta-feira), em São Paulo (SP) –, a Pfizer Saúde Animal apresentará aos visitantes as seringas para aplicação de vacinas e medicamentos veterinários com a tecnologia Simcro. Estas seringas de fluxo contínuo possuem um sistema único, garantindo maior conforto, precisão da dosagem e segurança na aplicação.
“Consequentemente, a tecnologia torna o manejo do rebanho mais ágil e contribui para o aumento da produtividade da propriedade. A chegada destes novos instrumentos ao Brasil é fruto de uma parceria da Pfizer com a companhia neozelandesa Simcro, que teve início no lançamento de Bopriva”, explica Jorge Espanha, diretor geral da Pfizer Saúde Animal no Brasil.

Bopriva é uma vacina para imunocastração temporária de bovinos, lançada pela Pfizer Saúde Animal no Brasil em maio de 2011. “Procuramos a Simcro porque estávamos em busca de uma tecnologia que garantisse segurança na aplicação do produto pelos responsáveis pelo manejo e, ao mesmo tempo, garantisse a precisão de dose e preservasse o bem-estar animal”, rememora o executivo.

A Pfizer Saúde Animal comercializa agora três novos modelos destas seringas no País: as seringas Simcro de 5 e 12 ml, que permitem o ajuste da dose de forma precisa a cada 0,5 ml, podendo ser usadas em bovinos de corte e leite tanto para administração de vacinas quanto para aplicação de medicamentos, como vermífugos; e a Sekurus de dosagem fixa de 2 ml, um modelo exclusivo que oferece ainda mais segurança na aplicação, como na vacinação contra brucelose bovina.

Para os técnicos e veterinários responsáveis pelo manejo, a tecnologia minimiza a quebra de agulha durante a operação e permite a aplicação subcutânea nos animais usando apenas uma mão. “As novas seringas reduzem ainda o estresse e o desconforto dos bovinos. O bem-estar animal e a segurança dos procedimentos são premissas de nossa atuação e, portanto, esta parceria está extremamente alinhada aos valores da Pfizer Saúde Animal”, finaliza Espanha.


terça-feira, 12 de junho de 2012

Dieta adequada para ovinos pode trazer lucro ao produtor

A dieta de ovinos com base em milho de grão inteiro, da Presence, chega como alternativa para ganho rápido de peso e qualidade para os produtores.
Uma experiência promovida por setenta dias no Rancho Comagrivel, localizado na cidade de Simão Dias/SE, conseguiu bons resultados com as raças Dorper e White Dorper a partir do uso de dieta da linha Presence da Evialis, multinacional do ramo de nutrição animal.
A experiência consistiu na alocação de oito animais (quatro machos e quatro fêmeas) em cada um de dois lotes (A e B), em que o lote A foi alimentado com as rações da linha Presence, enquanto que o B ficou com outro tipo de ração, sem limite quantitativo, conforme explicações de Givaldo Gomes Fernandes, gerente de território da linha Presence.
A dieta resultou aos ovinos o ganho rápido de peso, pelos mais brilhantes e sedosos, falta de problemas nos cascos, maior aproveitamento de carcaça e menor tempo de realização desse serviço. A iniciativa de realizar a dieta, de acordo o proprietário do Rancho Comagrivel, Luiz Carlos Costa, partiu do alto custo da nutrição anterior utilizada.
Outra experiência aconteceu na Fazenda Tangará, no município de Botucatu (SP). Em sistema de confinamento, por quarenta dias, com base em dieta de milho de grão inteiro, o ganho de peso médio de ovinos foi de cerca de 300g/animal/dia, havendo casos de animais que atingiram até 500 gramas por dia.
De acordo com o médico veterinário da fazenda, Dr. Marcelo de Oliveira Caron e Silva, a dieta obteve dois resultados: animais ganhando peso em curto prazo, assegurando a produtividade, e a redução de custos, em função da exigência de pouca mão-de-obra. Além disso, segundo ele, “outras vantagens da dieta são o melhor aproveitamento da carcaça, diminuição de problemas respiratórios nos animais, já que o trato não é em pó, aumento do score corporal do animal, trato mais rápido e diminuição no consumo de energia elétrica”.
A dieta, da Presence, consiste basicamente em um mistura de 15% de concentrado Confipeso Alto Grão, fonte de proteína, aditivos de segurança do rúmen e promotores de crescimento e 85% de milho grão inteiro. Ofertada em quantidade de 2% a 3% do peso vivo do animal. O milho é a fonte de energia e faz um papel mecânico de estímulo à motilidade do rúmen – daí a necessidade de utilização do milho inteiro. O Confipeso Alto Grão é peletizado para permitir a correta mistura ao grão do milho. O resultado disso é uma dieta mais energética e sem necessidade de produção e utilização de volumosos.
  
Fonte: Portal do Agronegócio

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Custo ameaça avanço da exportação brasileira de carne bovina

O Brasil pode se beneficiar da maior oferta de gado neste e no próximo ano e elevar as exportações de carne bovina,  mas enfrentará o desafio do aumento do custo de produção em relação a outros países produtores, como os Estados Unidos. A avaliação é de David Nelson, diretor de estratégia global da área de pesquisa e consultoria em alimentos e agribusiness 
do Rabobank, durante o Congresso Mundial da Carne em Paris.

"O custo do trabalho está aumentando no Brasil porque a economia está crescendo. Nos EUA, não há criação de empregos, por isso os salários estão estagnados",afirmou.Segundo ele,considerando uma perspectiva de competitividade internacional na exportação, o aumento dos salários representa um desafio para o Brasil,mas as empresas brasileiras que elevam os vencimentos também ajudam a impulsionar o consumo doméstico . De acordo com dados apresentados por Nelson , na última década o custo do trabalho aumentou 70% no Brasil e 350% na China, e ficou praticamente estável nos EUA.

A perspectiva de oferta maior de gado para abate no Brasil e menor nos EUA - devido a problemas climáticos em 2011 - é uma oportunidade para o país retomar as exportações, que já corresponderam a 30% da produção há cerca de cinco anos e hoje estão abaixo de 20%, observa Nelson. "A questão é quem vai pagar mais: o mercado doméstico ou o internacional", afirma, acrescentando que o comportamento do câmbio também é um fator importante.Elevar as exportações de carne bovina significa, para o Brasil, tirar vantagem de um mercado com preços mais altos, impulsionados pela menor oferta e também pela valorização dos grãos usados na ração animal. "A produção global de carnes é a mesma hoje que há seis anos, quando o PIB mundial cresceu; por isso os preços são mais altos", observou.

De acordo com Christophe Lafougère, diretor da Gira, consultoria europeia especializada em carnes e lácteos, nem os preços altos têm estimulado o aumento da produção de bovinos. Além disso, os preços nas diferentes regiões de produção têm convergido. "O que se percebe é que os países emergentes aumentaram o preço ao nível de EUA e Europa", disse no evento em Paris. Ele considera que o mercado de suínos, ainda influenciado por sistemas de cotas em China e Rússia, também deverá ver uma convergência dos preços.
  
Cenário europeu

De acordo com Nelson, o fim das cotas para a produção de leite no bloco a partir de 2015 deve gerar uma queda na produção de carne bovina, sobretudo em países do norte da Europa. A razão é que esses países devem optar pelo leite, que será mais lucrativo que o bovino. Haverá, ainda, uma redução nos subsídios por propriedade produtora de gado bovino, o que tende a impactar a oferta. Sem contar o aumento dos regulamentos em relação ao ambiente e bem-estar animal. 

A perda da competitividade da indústria de carne não é a única preocupação na Europa atualmente. Especialistas dizem que a crise na zona do euro levou o consumidor a substituir proteínas mais caras, como a carne bovina, pelo frango, que é mais barato. Dados da Comissão Europeia apresentados pelo Rabobank mostram recuo em um período de 11 anos. Segundo o órgão, o consumo per capita de carne bovina saiu de 19,1 quilos, em 2000, para 15,8 quilos em 2011.

Jos Goebbels, vice-presidente da União Européia de Comércio de Gado e de Carne (UECBV, na sigla em francês), reconheceu uma transferência de demanda para o frango. E disse que o câmbio deverá definir o comportamento da compra, já que a Europa importa boa parte da carne bovina que consome. 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Calcificação testicular em caprinos Saanen

Resumo


A calcificação testicular é um achado comum nas espécies bovina  e ovina, sendo rara em caninos. Geralmente, a ocorrência de pontos de calcificação está atrelada à idade dos animais. Os sais calcáreos são observados à altura dos túbulos seminíferos e no estroma fibroso. Embora os pontos de  calcificação, também chamados  de microlitíase, sejam correlacionados com alterações neoplásicas na espécie humana, esta correlação ainda não foi estabelecida em animais. 
Ao avaliar a vascularização testicular em animais caprinos  da raça Saanen  em diferentes idades, foi observada a presença destes pontos de calcificação via ultrassom. São pontos hiperecogênicos, com variação entre 0,5 e 1,5 mm e distribuídos de forma difusa no parênquima testicular, sem identificação de vascularização próxima aos pontos. Não foi estabelecida correlação negativa entre os achados destes pontos hiperecóicos e a qualidade espermática.  Estudos associados com a histologia podem trazer mais respostas à ação destes pequenos depósitos no parênquima testicular em longo prazo. 

Texto completo: PDF

terça-feira, 5 de junho de 2012

Busca pela imunocastração de suínos

A castração na suinocultura é uma conhecida técnica de manejo, utilizada em larga escala em nosso país, dentre outros produtores mundiais. Pode ser realizada em qualquer idade animal, mas é mais vantajosa nas primeiras semanas de vida do leitão.
Dentre suas várias funções está a de reduzir ou eliminar o odor sexual dos suínos machos, pois os animais não castrados podem produzir uma carne com um odor e gosto sexual, devido às altas concentrações de androsterona (feromona sexual natural) e/ou escatol (produto da digestão de suínos).
No continente europeu, a castração de animais foi proibida, sendo necessários outros métodos para a produção de carne de qualidade. Assim, o DanishPigResearch Centre, centro de pesquisa vinculado a Universidade de Copenhague/Dinamarca, está pesquisando a seleção genômica dos suínos para reduzir seu odor através de outros métodos.
Espera-se com a pesquisa a seleção genômica, trabalhando com as informações de DNA de animais que apresentam pouco odor, buscando a produção de suíno sustentável, considerando as questões socioambientais.
 Vacina que substitui castração
A legislação brasileira obriga a castração do suíno macho, podendo resultar na rejeição da carne pelos consumidores, caso não seja realizada. O procedimento cirúrgico de castração é tradicional nas granjas produtoras, mas traz desvantagens relacionadas à produção do animal e ao seu bem-estar.
Uma vacina desenvolvida pelo CTC (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Carnes) já está em processo de registro em alguns países como Estados Unidos, países europeus, asiáticos e da América Latina. Ela já é comercializada na Austrália e Nova Zelândia desde 1998. No Brasil, o registro já foi aprovado após os testes realizados pelo CTC/ITAL, além dos testes comerciais que estão sendo realizados em grande escala com as sete maiores empresas de carne do País.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

CAMARATUBA É USADA NA ALIMENTAÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS NO SERTÃO.

O período é propício para o armazenamento de alimentos para o rebanho. Esse entendimento aos poucos, tem se tornado comum aos produtores que diariamente estão envolvidos na atividade produtiva no semiárido, sobretudo com manejo de animais como cabras e ovelhas, tipo de criação mais adaptada ao clima da região.

Em Fartura o armazenamento da camaratuba é uma prática que tem se tornado frequente. Essa é uma das sete comunidades participantes do Projeto Recaatingamento, que é executado pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa) há mais de uma ano no sertão da Bahia.

A camaratuba é arbusto e leguminosa que cresce nas áreas de caatinga, com início da floração em maio e frutificação em julho. Esta espécie, que se reproduz a partir de sementes, contém quase 13% de proteína bruta, 15,5% de amido e quase 8% de gordura. As folhas, com boa digestibilidade e podendo ser usadas como forragens, são excelentes alimentos para o rebanho, portanto devem ser armazenadas para consumo durante a estiagem.

O Projeto Recaatingamento além de incentivar o aproveitamento destas espécies para alimentar a criação, promove também o plantio de mudas nativas, promovendo a recuperação das áreas degradadas. A iniciativa contribui com a conservação da flora e da fauna da caatinga, confirmando a viabilidade de uma convivência sustentável com as condições climáticas da região.

Adaptado por: Cléssio Moreira