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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Segunda etapa da campanha de vacinação contra aftosa começou


O segundo ciclo da vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa já está em curso no País, inclusive na região da Calha do Rio Amazonas e no Arquipélago de Marajó, no Pará, a vacinação já foi concluída. O processo encerrou no dia 15 de setembro em ambas as regiões. Esses estados têm agora 30 dias, a partir do término da campanha, para enviar seus relatórios ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

As próximas regiões a vacinarem serão Roraima, com início em 1º de outubro, Rondônia e Amapá, no dia 15. Em virtude das condições ambientais e de manejo do rebanho no Amapá, a imunização no Estado é realizada anualmente desde 2009, com duração de 45 dias. A imunização no restante do Brasil está prevista para iniciar no dia 1º de novembro. A exceção é o Estado de Santa Catarina, que constitui uma zona livre da doença sem uso da vacinação. A região do Pantanal de Mato Grosso do Sul será a última a finalizar o processo, em 15 de dezembro. A previsão do Ministério é de vacinar cerca de 150,5 milhões de bovinos e bubalinos ao longo dessa fase.

O agravamento da seca na região do Semiarido nordestino é motivo de preocupação dos técnicos do Mapa. Conjuntamente com os representantes dos estados, os técnicos do ministério pretendem implementar ações estratégicas para evitar o comprometimento da cobertura vacinal na região.

Na maioria das unidades federativas, os rebanhosbovinos e bubalinos de todas as idades devem ser vacinados. Já na Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul (exceto zona de fronteira e Pantanal) Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal apenas os animais com idade abaixo de 24 meses serão imunizados.

O Mapa orienta os produtores rurais para que respeitem os cuidados para a correta imunização dos bovídeos. As recomendações são: vacinar dentro do período estabelecido; adquirir vacinas em revendas autorizadas; conservar em temperatura correta (de 2 a 8°C) até o momento da aplicação; injetar na região da tábua do pescoço com agulhas e seringas em bom estado e limpas; e manejar os animais com o mínimo de estresse e nos horários mais frescos do dia. Após o término da vacinação, a declaração deve ser apresentada nos escritórios do serviço veterinário oficial no prazo estabelecido em cada estado.

Desde o início da vacinação este ano, o Governo Federal distribuiu para todas as unidades federativas, com exceção de Santa Catarina, cartazes e folderes orientando sobre a importância da vacinação. As informações também são divulgadas pelo portal do ministério, por redes sociais e pela imprensa.


Fonte: Mapa

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Parcerias buscam uso de práticas para aumentar rebanho no TO

Para o secretário da Agricultura, Jaime Café, existe a necessidade de criar alternativas para aumentar o rebanho bovino



A criação de gado de corte no Tocantins avança com o uso de boas práticas sustentáveis. Na busca do fortalecimento dessa vocação econômica, a Seagro – Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Agrário, a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Superintendência Federal de Agricultura e a empresa Origene se reuniram para criar um projeto, de boas práticas para o desenvolvimento dorebanho bovino de corte tocantinense. A reunião aconteceu na tarde desta terça-feira, 18, no gabinete da Seagro, em Palmas.

Para o secretário da Agricultura, Jaime Café, existe a necessidade de criar alternativas para aumentar o rebanho bovino. “Portanto, estamos concentrando esforços neste sentido, para incentivar cada vez mais esse mercado promissor. A pecuária é um mercado expansivo e o uso de boas práticas possibilita um rebanho de carne com a qualidade exigida no mercado interno e externo”, lembrou o secretário.

Segundo o secretário Executivo da Seagro, Ruiter Padua, para o agronegócio avançar, ainda mais, principalmente a cadeia produtiva da pecuária, é necessária a aplicação de boas práticas sustentáveis. “É com mecanismos como o uso de tecnologia que chegaremos a um patamar desejado. Devemos buscar os parceiros pecuaristas e os órgãos competentes como a Embrapa e a SFA para expandir o rebanho de corte”, destocou.

Para o presidente da Origene no Estado, Julio Rezende, essa atividade possui todas as possibilidades de crescimento no Tocantins. “Aqui no Estado temos um investimento significativo, mas é preciso envolver os pecuaristas. Estamos buscando esse aumento da produção. Vamos produzir na próxima estação de monta cerca de 100 sêmens de fêmeas da raça Akaushi, justamente para impulsionar a pecuária. Portanto, acredito que falta uma melhor organização dessa cadeia produtiva para que possamos aumentar esse mercado promissor do Estado”, disse.

De acordo com o superintendente da SFA, Jalbas Manduca, a intenção deste projeto é implantar, em todo Estado, unidades tecnológicas de boas práticas, promovendo o desenvolvimento da criação de gado. “Estamos buscando os recursos necessários para aplicar nas ações deste projeto. Queremos torná-lo uma referência para os pecuaristas, garantindo o crescimento do rebanho do gado de corte”, expressou.

Já o presidente da Embrapa no Tocantins, Carlos Magno, essa é uma ação louvável que pode contar com as nossas pesquisas de campo. “Essa é uma prática inserida no sistema do ABC, portanto acreditamos que podemos desenvolver e avançar ainda mais atividades produtivas no Estado”, acrescentou. 


Fonte: Secom

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Cotação do boi gordo deve permanecer em ascensão nos próximos 60 dias


A arroba do boi gordo tem registrado altas no Brasil inteiro. Previsão é de que pelo menos por 60 dias, a ascensão da cotação do boi gordo deve permanecer no mercado. Para Alcides Torres, analista da Scot Consultoria, os preços a futuro na BM&F que operam em queda, é apenas um movimento de troca de posição. Estão com medo da alta que pode vir, mas no mercado físico a oferta é curta, tem mais gente comprando do que vendendo e gado só de confinamento e semi-confinamento, a situação está bastante difícil, disse Torres.
Diferentemente do restante do país o Rio Grande do Sul, tem registrado baixa na arroba do boi.  Com o fim das pastagens de inverno, lá a tendência ainda é de queda, o que é normal, pois os produtores precisam equilibrar as áreas para plantar soja e milho.
Cotações das rações devem permanecer em alta até que seja divulgada a intenção de plantio o que deve acontecer no final de setembro e início de outubro. “Devemos ter um quadro de intenção de plantio e sempre o preço cai, mas é tarde para o pecuarista tomar uma decisão, e nós esperamos que as chuvas venham em outubro e novembro”, argumentou o analista.
O segundo turno de confinamento foi prejudicado esse ano. Assim o grosso dos pecuaristas 2,5 milhões de cabeças são de confinadores, que realizam confinamento estratégico, já os especuladores devem tirar o seu time de campo, em função das altas no milho e no farelo de soja, e provavelmente vão errar, pois os preços do boi devem reagir nas próximas semanas.
Adaptação: Revista Veterinária

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Paraná produz nova raça de gado para a pecuária de corte


A região dos Campos Gerais, no Paraná, apresenta uma nova raça de gado para a pecuária de corte brasileira: o purunã, que leva sangue caracu, aberdeen angun, charolês e canchim.
Em 1980, quando o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) começou os trabalhos de cruzamento das raças já tradicionais na pecuária do sul do estado, não passava pela cabeça dos pesquisadores a criação de uma nova raça. Nos anos 90, porém, o rumo dos trabalhos ganhou outras proporções.
“Começava a entrar no Brasil a difusão e a utilização de raças compostas para a pecuária de corte”, explica o zootecnista da Iapar, José Luís Moletta. Ele e o agrônomo Daniel Perotto são os responsáveis pela criação do purunã.
O purunã combina as características desejáveis das raças formadoras. “Ele tem o desenvolvimento muscular do charolê, ou seja, boa produção de carne; a resistência ao carrapato e a boa produção de leite do caracu, o tornando uma excelente raça materna; a rusticidade e a tolerância ao calor do canchim; e a qualidade da carne e a precocidade de abate do aberdeen angus”, explica Daniel.
Partindo das raças formadoras, os pesquisadores estruturaram os cruzamentos até chegar ao purunã, a terceira geração dos animais mestiços, já com sangue das quatro raças originais. Na sua composição predominam as características do charolês, com 40%.
O purunã foi batizado assim em homenagem a uma serra do Paraná, que tem o mesmo nome. O técnico agrícola João Motta acompanha de perto os nascimentos dos purunãs na estação do Iapar: “A raça ainda não tem uma cor definida, já que ela é um composto vindo de quatro raças de cores diferentes. Eles nascem branco, vermelho, preto. Alguns são mais peludinhos. Por isso, um caminho que possivelmente nós vamos trabalhar no purunã é uma seleção, uma direção para pelagem mais definida. A tendência é chegar em um baio para branco”.
Como o objetivo é a produção de carne, os pesquisadores mantêm em um barracão de confinamento, animais com idade entre dez e 15 meses, alimentados com silagem de milho, farelo de soja e sal mineralizado. “Hoje, eles ganham em torno de um quilo e meio por dia, um ótimo ganho de peso para animais dessa categoria”, afirma José Luís.
Na condição a pasto, os tourinhos purunãs selecionados como reprodutores representam, aos 22 meses de idade, o que há de mais evoluído na genética da raça. “Esses animais têm apresentado média de 900 gramas por dia de ganho de peso, exclusivamente a pasto. Hoje, o rebanho de purunã no Brasil deve estar em torno de 1300 animais fora do Iapar”, afirma José Luís.
Para que a raça seja reconhecida no Ministério da Agricultura, o purunã precisa marcar uma presença maior na pecuária de gado de corte nacional, seja aumentando o número de animais ou expandindo o plantel para outros estados.
Uma das últimas vendas de purunã feitas pelo Iapar foi entregue na propriedade do criador Paulo Camargo, no município de Candói. Ele comprou três touros da raça para cobrir seu rebanho de 140 matrizes de sangue azebuado.
Com a intenção de acelerar a produção de purunã na propriedade, Paulo também resolveu comprar 15 matrizes já prenhas e os primeiros resultados já começaram a nascer: dois machos e uma fêmea.
Matéria originalmente publicada pela versão impressa da Tribuna da Bahia

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Mormo – Preocupação Com a Sanidade Eqüina


Recentemente, com as confirmações de casos de Mormo no estado de Minas Gerais, há a crescente preocupação entre os proprietários em relação à Sanidade Eqüina.
Mormo é uma doença infecto-contagiosa que acomete equinos, asininos e muares, podendo também afetar carnívoros, eventualmente pequenos ruminantes e até mesmo o homem, tornando-se uma zoonose. Conhecida também como muermo, lamparão e vulgarmente como “catarro bravo” ou “catarro de burro”. Manifesta-se por meio de febre, tosse, corrimento nasal viscoso, presença de nódulos subcutâneos nas mucosas nasais, nos pulmões e gânglios linfáticos.
As lesões nodulares evoluem para ulceras que após a cicatrização formam lesões em forma de estrelas. Estas lesões ocorrem com maior freqüência na fase crônica da doença, que é caracterizada por três formas de manifestação clinica: a cutânea, linfática e respiratória, porem estas não são distintas, podendo o mesmo animal apresentar todas simultaneamente.
Causada pela bactéria Burkholderia mallei, está relacionada a introdução de animais doentes, sistema de criação e manejo higiênico-sanitário incorretos. A idade possui fator relevante ao aparecimento da forma crônica da infecção natural, apresentando uma maior prevalência em animais idosos e debilitados pelas más condições de manejo.
A infecção ocorre pela ingestão de água e alimentos contaminados, inalação da bactéria e contato direto. Grandes concentrações de eqüídeos estão associadas à disseminação da bactéria (doença de estábulo)
A sintomatologia pode variar entre os animais de um mesmo rebanho, pois nem todos os acometidos manifestam os sinais clínicos clássicos da doença.
O diagnóstico pode ser realizado por meio de exame Microbiológico, onde há o isolamento e a identificação bacteriana, inoculação em animais de laboratório (Prova de Strauss), Maleinização e sorológico (métodos oficiais), molecular e exame anátomo-histopatológico.
Por não existir vacinas e forma de tratamento eficaz contra o mormo, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) realiza como medidas de profilaxia e controle, a atuação no trânsito interestadual e participação de eqüídeos em eventos hípicos, deve ser feito acompanhamento de exame negativo para mormo obedecendo ao prazo de validade e que estes não apresentem sintomas clínicos da doença, sacrifício dos animais doentes ou soropositivos e incineração das carcaças, interdição da propriedade para saneamento, quarentena e sorologia antes de introduzir animais no rebanho, desinfecção das instalações e de todo material que teve contato com animais doentes.
Faz-se importante a realização de diagnóstico diferencial para outras doenças.

Autor(a): Marcelo Rondon - Equipe CPT Cursos Presenciais

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Goiás é 4° em criação de gado

Apesar de Estado ter criação tão vasta, técnicas de melhoramento genético são pouco conhecidas.
Goiás possui hoje mais de 21 milhões de cabeça de gado e figura na quarta colocação no ranking dos maiores produtores do Brasil. Atrás, apenas, dos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
O Estado possui cerca de 150 mil produtores cadastrados. Porém, apenas 20% desses produtores conseguem sobreviver com a renda desse mercado. Os demais dependem de rendas extras para se manter. “Nesse ponto o investimento científico em melhoramento genético é primordial. Com o avanço da tecnologia, não é mais seguro confiar ‘no olho do dono’, para saber qual animal será o melhor reprodutor”, salienta.

Genética

O presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Ricardo Yano, afirma que os produtores goianos devem conhecer mais os benefícios da genética para aprimorar as criações. Para isso, é preciso disseminar entre os produtores. “Na prática, o produtor que não partir para o ganho genético vai perder mercado e poderá desaparecer. Não queremos que isso aconteça e esperamos que os produtores não confiem somente no “extinto” para manejar o gado, mas que busquem dados técnicos para garantir aos novos bezerros características mais lucrativas e corrigir as deficiências do plantel”, explica.
Ricardo menciona que qualquer interessado poderá ter acesso ao banco de dados sobre os animais que possuem as melhores características genéticas já cadastradas no País, além de informações de como obter o manejo necessário para a reprodução.
Pelo banco de dados, conhecido como Dados de Eficiência (DEP), é possível ter a certeza de um bom cruzamento, inseminação artificial ou in vitro. “Isso porque o bezerro daquele touro melhorador já foi estudado para comprovar a sua eficácia em receber a carga genética do genitor”, ensina.

Evento

Para esclarecer os benefícios das técnicas de genética e divulgar aos produtores de gado de corte e de leite do Estado, a SGPA realiza o 2° Goiás Genética, que traz os maiores especialistas em melhoria genética na eficiência reprodutiva de gado no Brasil. 
O evento terá abertura oficial hoje às 8h, no Auditório Augusto Gontijo, no Parque Agropecuário de Goiânia, e vai até o dia 16. Os animais top de linha da pecuária de corte e de leite brasileira começam a ocupar os pavilhões. 
A questão genética entra na escala da eficiência numa propriedade que se propõe aos avanços científicos e tecnológicos, na visão do presidente da SGPA. Na Goiás Genética os criadores poderão encontrar touros e matrizes de reconhecido padrão genético.
O objetivo do encontro, segundo Ricardo Yano, é popularizar o trabalho de pesquisas genéticas em Goiás, para melhorar o rebanho de médios e pequenos produtores que desejam ampliar negócios.
Expositores de todo País trarão 200 animais considerados os melhores touros melhoradores nacionais, da raça zebuína, que poderão ter seus benefícios genéticos comercializados por intermédio do Banco do Brasil (BB).
“Qualquer produtor que tiver interesse em financiar sêmen, mão de obra e medicamentos voltados para reprodução dos animais poderão receber crédito do BB com juros de 5,5% ao ano”, explica Ricardo.
Dentre os tópicos que serão abordados no encontro estão Estratégias para Melhoria do Manejo de Bovinos em Reprodução, por Murillo Henrique (Unesp/Manejo Racional); Dinâmica prática com Animais dos Programas de Melhoramento Genético; Provas de ganho em peso: Ferramenta para Identificação de Touros Melhoradores Jovens e Lucrativos, por Fábio Buranelo (UFMG); Genética da Precocidade Sexual e Fertilidade em Zebuínos, palestrado pelo especialista e doutor no assunto Joanir Eller pela USP/FMVZEA - Pirassununga-SP, entre outros.

Texto de:Alzenar Abreu

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Suplemento beta-agonista é tema de debates na Interconf


Produto melhora produtividade e rendimento dos bovinos, mas exportação enfrenta barreira da União Europeia

O uso do suplemento beta-agonista na alimentação animal é destaque nos debates da Conferência Internacional de Confinadores (Interconf), em Goiânia (GO). O evento contou com palestras sobre o tema nesta terça e quarta, dias 11 e 12, e a principal preocupação do setor é a resistência do mercado internacional. O produto melhora o rendimento e produtividade dos animais e foi liberado para utilização comercial há dois meses. A União Europeia, no entanto, não importa carne de bovinos que tenham consumido o suplemento.
De acordo com o especialista em Ciência da Carne John Alber Scanga, os beta-agonistas são utilizados há 30 anos no tratamento contra asma em seres humanos. Desta forma, segundo o pesquisador, não haveria risco de danos à saúde no consumo. Misturado à ração, o suplemento pode aumentar o peso do boi em até uma arroba.
A restrição da União Europeia é apontada como fator negativo em meio a benefícios, uma vez que o bloco é responsável pela compra de 10% do total de carne bovina brasileira embarcada. O faturamento equivale a 16% da receita.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Mercado do boi 2012 – Entenda melhor o que está acontecendo neste ano atípico

Este ano de 2012 tem se mostrado atípico em relação aos anteriores. Em plena a entressafra do boi, os frigoríficos estão com escala de abate alta, indicando alta oferta de boi no mercado. Mas por que razão? Duas situações totalmente inversas podem explicar. Na região centro-oeste, triângulo mineiro, em parte do sudeste e no norte brasileiro, a chuva prolongou-se, fazendo com que os pastos continuassem produzindo em uma época que historicamente não há oferta de capim devido à falta de chuva. Quem andou por esses lugares pode observar pasto verde, e muitos produtores mantiveram por mais tempo seus animais no pasto, conseguindo terminá-los e colocá-los no mercado em plena entressafra.
Em contrapartida, algumas regiões do Brasil, como o norte de minas e o nordeste brasileiro, sofreram com baixos índices pluviométricos. Algumas cidades dessas regiões chegaram a registrar os índices pluviométricos mais baixos dos últimos 10 anos, decretando estado de emergência. Esse fator não permitiu a produção adequada de pasto para que os produtores conseguissem passar pela seca, e os pecuaristas tiveram que entregar seus animais mais cedo, o que também aumentou a oferta no mercado. Alguns produtores precisaram abater até matrizes, reduzindo seu rebanho. Assim, os preços da arroba caíram, devido à alta oferta que aumentou as escalas.

Veja abaixo a variação do preço da arroba entre 2011 e 2012 nos períodos de abril, maio e junho e julho
Indicador do Boi Gordo ESALQ/BM&FBovespa  – média mensal à vista SP – adaptado por Vitoriano DornasIndicador do Boi Gordo ESALQ/BM&FBovespa – média mensal à vista SP – adaptado por Vitoriano Dornas
O valor mais baixo da arroba neste ano não seria um problema tão grave se não fosse também o ano em que a soja bateu recordes de preço, obtendo valores até 43% maiores que o ano anterior. E o milho que vinha com preços baixos até julho, agora disparou, acompanhado a alta do mercado internacional, principalmente devido à seca que atingiu os EUA. Alguns analistas acreditam que os preços até setembro tendem a manter-se firmes no mercado. Os produtores dos EUA pedem uma intervenção ao governo para a diminuição de utilização do milho para a produção de bicombustível, onde 1/3 de sua produção é destinado a produção de etanol, que é misturado na gasolina.
A relação de troca do milho com a arroba do boi, considerando a Praça de SP, está hoje em 2,79, ou seja, uma arroba de boi compra 2,79 sacas de milho. De junho para julho, o poder de compra do pecuarista caiu em 27%, segundo dados da SCOT CONSULTORIA®.
O milho e a soja apresentam grande representatividade no custo de produção de um bovino confinado, podendo chegar a mais de 20% dos custos. Veja a variação de preço da soja e do milho entre os períodos de 2011 e 2012.
Indicador CEPEA/ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá – adaptado por Vitoriano Dornas
Indicador CEPEA/ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá – adaptado por Vitoriano Dornas
Indicador de Preços do MILHO ESALQ/BM&FBovespa – adaptado por Vitoriano Dornas
Indicador de Preços do MILHO ESALQ/BM&FBovespa – adaptado por Vitoriano Dornas
Uma dica simples e óbvia aos pecuaristas: procure alimentos substitutos do milho e da soja, que estejam com preços atrativos próximos à sua região.
O custo de produção do boi está alto, a arroba está com preço baixo, e a margem de lucro do produtor está muito menor do que 2011. O que se pode esperar do mercado desse último semestre de 2012? É torcer para que ele passe logo, e possa haver novamente um cenário atrativo como nos anos anteriores. O que tem ajudado é que neste ano a reposição está com bons preços, o que pode melhorar o resultado do próximo ano.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Exportação da pecuária aumenta, mas renda cai


Tão importante quanto controlar o seu rebanho é saber se o mesmo está dando lucro ou prejuízo. Com o novo controle de receitas e despesas do Laço 3 você pode administrar as finanças de uma ou mais propriedades e acompanhar a evolução dia-a-dia ou mês-a-mês, seja na forma de planilhas, balanços ou gráficos. Com o Laçoagora ficou mais fácil movimentar suas contas.

Exportação de carnes in natura no país registrou um acréscimo de 37% no volume embarcado em agosto deste ano comparado com igual período de 2011, movimentando mais de 421 milhões de dólares.

Apesar da variação positiva nos abates, é possível perceber que o incremento no volume é maior do que a alta nos valores. Entre agosto de 2011 e 2012 houve um crescimento de 37% no volume embarcado, porém a renda movimentada registrou somente 21% a mais. De acordo com o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, este desequilíbrio entre o peso e a renda é consequência da estabilidade e até queda no preço da arroba neste último ano.
 
O levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que na última semana de agosto de 2011 a arroba era cotada em média, em Mato Grosso, por 86 reais. Neste ano, no mesmo período, o preço médio caiu para 82 reais, uma desvalorização de 4,65% em um ano.

Fonte: MT Agora

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Apesar do aumento das exportações de suínos em agosto, mercado interno ainda preocupa.

Segundo o Cepea, valor pago pelo animal vivo recuou no Brasil nos últimos dias.

As vendas de carne suína in natura ao mercado internacional voltaram a aumentar em agosto. No mês, os embarques totalizaram cerca de 47 mil toneladas, volume 25% superior ao de julho de 12 e próximo à quantidade recorde exportada neste ano, em maio, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento. Entretanto, segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), enquanto as exportações trazem um pouco de ânimo aos agentes do setor, o mercado interno ainda preocupa.
Nos últimos dias, o valor pago pelo suíno vivo recuou em todas as regiões acompanhadas pela instituição; no Estado de São Paulo, as baixas nesta virada de mês foram superiores a 10%. No front externo, as vendas brasileiras da carne suína acumularam receita de US$ 120,4 milhões em agosto. Em reais (considerando-se a média do dólar em R$ 2,03 no mês), a receita foi de R$ 244,17 milhões, valor 25,2% maior que o de julho de 2012 e 40,8% superior ao de agosto de 2011. Esse cenário foi favorecido pela valorização do dólar frente ao real nos últimos meses.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Pecuária leiteira está em alerta com a estiagem; quebra chega a 20%

Umuarama - A falta de chuva, típica nesta época do ano, tem preocupado diversos produtores de leite de Umuarama. Segundo o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), as quebras nas produções chegam a atingir a margem dos 20%. Isso ocorre devido à estiagem, que prejudica diretamente o capim; uma das principais fontes de alimentação do gado leiteiro.

                  
De acordo com o economista do Deral de Umuarama, Ático Luiz Ferreira, esta seca começou afetar a pecuária nos últimos 15 dias, deixando muitos produtores de leite em alerta. “A estiagem é um fenômeno anual, por isso os pecuaristas precisam estar atentos e preparar um estoque de alimentação para que a produção não sofra tanto”, orienta Ferreira.


Ele acrescenta que além do pasto, os produtores podem utilizar a silagem ou o feno para substituir o capim durante esses dias de baixa rentabilidade. “O pasto seco reduz a produção, porque baixa a qualidade do alimento do rebanho”, diz o economista.


Fábio Nezzabre, técnico agrônomo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), revela que as estatísticas registradas em Umuarama seguem a média estadual. No Paraná, as quebras da produção de leite estão entre 15 a 20%. “Tratando-se de agropecuária, a leiteira é a que sente mais com a estiagem, diferente da de corte, que, no máximo, pode sofrer apenas um atraso no abate”, informa o agrônomo.


Com uma média de 41 pecuaristas associados, a Associação de Produtores de Leite de Umuarama (Umuleite), apresentou, dentro de uma semana, uma queda de quase mil litros em toda a produção. Conforme divulgou a administração do laticínio, essa quebra pode aumentar ainda mais, caso não haja previsão de chuva para os próximos dias.


“Não podemos afirmar nada, mas, o que ouvimos de muitos produtores é que essa estiagem está mais intensa que a seca registrada no mesmo período do ano passado”, comenta a administradora da Umuleite, Janaina Vieira.


Com pouco estoque de silagem, o pecuarista, Marcelo Zubioli se diz preocupado com a situação. A pastagem já está parcialmente comprometida e a alimentação que ainda resta deve durar por, no máximo, duas semanas. “A qualidade do capim também interfere bastante. Aqui na nossa região, temos uma qualidade de pasto que não é resistente, então, qualquer estiagem já afeta”, complementa.


Zubioli explica que a média diária da produção dele é de aproximadamente 220 litros/dia, entretanto, nas últimas ordenhas a média não ultrapassou a faixa dos 180 litros/dia. “Se não chover, não sei o que vou fazer. Quem produz leite sabe que todo ano, entre julho a setembro é esse problema e também entende que só a silagem não é suficiente para manter a produtividade”, conta.


Queda na produção


Assim como Zubioli, outro produtor de leite de Umuarama que está atento ao clima, é Edson Scapim. Ele diz que a produção leiteira na propriedade dele caiu cerca de 70 litros. Para Scapim a maior preocupação não é tanto o estoque de alimentação, mas sim o preço para manter esse alimento opcional.
“O farelo de soja, que é uma grande opção para mantermos a qualidade do leite, praticamente dobrou o preço. Antes se pagava R$ 800 pelo saco, agora está R$ 1.600”, discorre indignado o pecuarista. Ele ressalta que para evitar grandes gastos na produção, ainda aproveita o pasto, mesmo que seco, e a silagem complementa a alimentação do gado de leite.


Preço e previsão de chuva

Atualmente, o preço do litro de leite está em torno de R$ 0,78, porém, se o produtor não atender às exigências de qualidade, esse valor cai para R$ 0,70. “Tem muito produtor desanimado da pecuária leiteira. Se continuar desse jeito, vamos ter que comprar o produto de outros laticínios para poder suprir a demanda do mercado local”, destaca a administradora da Umuleite, Janaina. De acordo com dados do Instituto Meteorológico do Paraná (Simepar), não há previsão de chuva para esta semana, o que deixa os agropecuaristas ainda mais receosos. Se a estiagem permanecer por um longo período, o preço do produto, nas prateleiras dos supermercados da cidade, poderá subir, uma vez que o custo da produção será maior. 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Caprinos: O bem-estar do animal gera aumento na produção de leite

Em galpões muito baixos, ocorre um aumento da temperatura ambiente, causando perda de produção por estresse calórico


Nos últimos anos, dois aspectos econômicos importantes vem influenciando no interesse pela caprinocultura leiteira: nos países desenvolvidos, nota-se um estrangulamento na produção de leite de vaca, por meio das cotas de leite, impedindo o criador de aumentar seu faturamento, fazendo-o procurar meios alternativos sem o controle de cotas de produção, como o caso do leite de cabra. Por outro lado, nos países em desenvolvimento, nota-se uma procura de mercado alternativo com capacidade de produção, com maior liberdade, agregando maior valor comparado ao que o mercado do leite bovino oferece.

“Na América do Sul, o país que se apresenta mais preparado em rebanho caprino com aptidão leiteira é o Brasil, representando excelentes perspectivas para o crescimento de vendas internacionais”, afirma a médica veterinária Maria Pia de Souza Lima Mattos de Paiva Guimarães, professora do curso Criação de Cabras Leiteiras – Cria, Recria e Produção de Leite, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

Devemos saber que a produção de leite caprino não está concentrada em apenas uma região, mas está bastante segmentada, demonstrando maior aglomeração na região Sudeste, seguida da região Sul do país. Com o aumento crescente do interesse dos criadores, a região Nordeste também vislumbra grandes possibilidades para o desenvolvimento da caprinocultura leiteira, principalmente pelo potencial de a espécie caprina aproveitar as diversidades biológicas existentes .

Para ilustrar o potencial do mercado e a capacidade de absorção, no que se refere a derivados do leite, no Brasil, considera-se 95% como consumo popular (prato, mussarela, parmesão, minas entre outros), enquanto 5% refere-se a queijos tidos como especialidades. Nessa área, o queijo de leite de cabra assume grande importância, pois é a fatia do mercado que se mostra bastante lucrativa, fazendo-o ser competitivo em relação ao preço do leite de vaca.

Conforto animal

A crescente necessidade de aumento da produtividade na produção de leite de cabras tem levado os produtores a buscar maior eficiência. Por isso, os cuidados com o ambiente, o conhecimento dos hábitos, o respeito às rotinas, as preocupações com conforto e a tranquilidade devem ser levados em conta em qualquer criatório. Muitos desses cuidados não representam aumento de custos e podem ajudar a aumentar a produção de leite.

Como as cabras vivem sob a ação do ambiente, das instalações e das práticas de manejo, que podem prejudicar ou ajudar o animal na expressão de seu potencial de produção, cabe ao produtor interferir no ambiente de vida desses animais, buscando aumentar o seu bem-estar, obtendo, com isso, melhor desempenho. Como exemplo, se submetermos o animal ao estresse calórico, tanto no confinamento como na pastagem, estaremos afetando severamente a sua saúde.

O estresse pelo calor ocorre, porque a habilidade do animal de dissipar calor fica comprometida, determinando aumento da temperatura corporal acima dos níveis normais, o que é chamado de hipertermia. Isso causa redução do consumo de alimentos, aumento do consumo de água, alteração da taxa metabólica, aumento da frequência respiratória e alterações indevidas nas concentrações de hormônios que regulam o funcionamento do corpo do animal.

Tudo isso faz com que ocorra redução acentuada na fertilidade, fator fundamental para o sucesso da produção de leite, já que é o nascimento da cria que determina a capacidade de produzir leite. Daí a necessidade de se oferecer sombra e ventilação às cabras , visando reduzir o impacto térmico sobre o rebanho.

Por Andréa Oliveira

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Potencial de MT para criação de ovinos é tema de dia de campo


A ovinocultura de corte está se tornando uma atividade cada vez mais atraente em Mato Grosso. O estado possui um rebanho de 1,4 milhões de cabeças, de acordo com dados do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado Mato Grosso (Indea), e cresce a uma taxa de 27% ao ano, respondendo por cerca de 11% do rebanho nacional, que é de 17 milhões de animais. Planejamento e eficiência na criação são os pilares para a boa produção que pode ser uma alternativa para diversificar a geração de renda no campo. As oportunidades da cadeia foram discutidas durante o Famato em Campo, que reuniu aproximadamente 200 pessoas na sexta-feira (24.08), na Fazenda Herkapi, em Sorriso. O evento foi realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (FAMATO), em parceria com o Sindicato Rural de Sorriso.
Segundo o presidente da FAMATO, Rui Prado, a entidade está empenhada em incentivar outras atividades econômicas em Mato Grosso, como a produção leiteira, a ovinocultura e também a piscicultura. "O estado oferece inúmeras oportunidades para diversificar a produção e desenvolver outras cadeias produtivas com potencial, mas que ainda são consideradas pouco expressivas, como a ovinocultura. Queremos mostrar ao produtor rural que esta integração de cadeias pode lhe garantir rentabilidade o ano todo", enfatiza.
De acordo com o zootecnista e coordenador estadual da cadeia produtiva da caprino-ovinocultura de Mato Grosso, Paulo de Tarso, um dos palestrantes do evento, o estado tem potencial para se transformar no maior produtor do país, mas para isso alguns desafios precisam ser vencidos. "É necessário a implantação de ações voltadas ao incentivo do consumo, além de levar conhecimento ao produtor de que a atividade pode ser rentável ocupando um pequeno espaço na propriedade. O momento é de dar apoio a esta cadeia. Com a taxa de crescimento de 27% ao ano, poderemos ter o maior rebanho do país em poucos anos, basta incentivar", afirma.
A fazenda Harkapi, em Sorriso, é considerada modelo na criação de ovinos e na integração lavoura pecuária. A família Piccoli entrou na atividade em 2006 com 30 animais. Hoje são 2.500 cabeças das raças Santa Inês, Dorper, Lacaune, White Dorper e Texel que ocupam apenas 35 hectares da propriedade. "O mais interessante é mostrar que é possível criar ovinos em integração com outras culturas, como soja e milho e também a pecuária de corte ocupando áreas mais acidentadas, que não são mecanizáveis"., explica um dos proprietários da fazenda, Hernandes Piccoli.
Sucesso - Para o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Laércio Lenz, co-realizador do dia de campo, o exemplo da família Piccoli incentiva outros produtores da régião a seguir o mesmo caminho. "Conseguimos reunir cerca de 200 pessoas em Sorriso para falar de um assunto diferente de soja, o que mostra o quanto os produtores estão interessados em diversificar suas atividades, considerando a ovinocultura uma possibilidade". 
Esse foi o segundo Famato em Campo promovido neste ano. O primeiro focado em leite foi realizado em julho, em São José dos Quatro Marcos.

Assessoria de Comunicação do Sistema FAMATO


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Produtores no Rio Grande do Sul trocam gado de leite pela soja


No Rio Grande do Sul, produtores de leite do estão vendendo animais e equipamentos, desestimulados pelos elevados custos da atividade, com o objetivo de investir no plantio de soja na próxima safra de verão. Eles buscam os lucros proporcionados pelos altos preços da oleaginosa.
“Há uma debandada do leite para a soja em função dos custos”, relatou Vladimir di Pietro, empresário que atua na região do município de Cruz Alta, noroeste gaúcho, comprando e vendendo plantéis de gado leiteiro.
“É praticamente a oferta de um tambo por dia”, disse ele à Reuters, referindo-se à venda de todos animais e equipamentos de ordenha.
A soja vem registrando recordes no mercado interno e também na bolsa de Chicago, onde atingiu a máxima histórica nesta quinta-feira, em meio a uma seca nos EUA que reduziu a estimativa de safra catapultou as cotações nas últimas semanas.
Já o preço do leite no país tem se mantido estável nos últimos meses, enquanto os produtores reclamam da elevação dos custos com ração (à base de soja e milho) e das dificuldades de contratar mão-de-obra.
Di Pietro conta que na região onde trabalha ocorre um movimento de concentração dos rebanhos. Quando os negócios acontecem –e nem sempre há compradores interessados–, em geral são pequenos produtores que repassam os animais para grandes fazendeiros, que conseguem se manter na atividade devido ao ganho de escala.
O empresário relata que o preço normal de uma vaca da raça holandesa é de 3 mil reais. Atualmente, há produtores oferecendo animais de 1.500 reais.
“Há um desestímulo em função da queda de preço (pago pelo leite) e de importações massivas”, disse Ernesto Krug, presidente da Associação Gaúcha de Laticinistas (AGL), que reúne desde produtores até indústrias do setor.
“O desestímulo que se causa hoje, leva três anos para ser retomado. Alguns podem voltar e outros não voltam. É uma preocupação grande”, afirmou Krug, referindo-se à migração de produtores de leite para o plantio de grãos.
Segundo a AGL, há cerca de 121 mil produtores de leite no Rio Grande do Sul, mas não há uma estimativa de quantos estão abandonando a atividade.
A entidade calcula que a capacidade instalada no Estado é para processamento de 17 milhões de litros por dia, mas a captação é de pouco mais da metade disso, 9,5 milhões de litros/dia.
O Rio Grande do Sul representa 12% da produção brasileira de leite, atrás apenas de Minas Gerais.
Estimativa divulgada esta semana pela Emater, órgão de assistência técnica do Rio Grande do Sul, mostra que a área de soja deve aumentar 6,2 por cento na safra de verão 2012/13, ante a anterior, ou 258 mil hectares. Deste total, 150 mil hectares serão expandidos sobre áreas de pastagem ou de arroz.
Para a entidade, a maior preocupação é a conversão de pastos naturais do pampa gaúcho, no sul do Estado, em lavouras de soja.
“Não é a vocação natural daquele bioma”, disse Gervásio Paulus, diretor técnico da Emater/RS.
Ele explica que na região mais próximas à fronteira com o Uruguai há muitas fazendas arrendadas, por um período médio de quatro anos.
“Preocupa, porque há uma menor preocupação com o aspecto da conservação de solo.”
A respeito da migração de pecuaristas para a soja no noroeste do Estado, Paulus acredita que sejam casos isolados.
“Ainda não identificamos isso como um fenômeno mais amplo… Mas quando ele (produtor) se desfaz se todo o plantel, de fato, é mais complicado para retornar à atividade depois.”

Fonte: Rural Centro
Adaptação: Revista Agropecuária

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Aumento de preço dos insumos da pecuária leiteira pode elevar em 6% valor do leite

A recente alta de 25% no preço dos insumos utilizados pela pecuária leiteira, em especial na ração animal, devido ao aumento das cotações das commodities no mercado exterior, deve elevar o preço do leite para o consumidor final brasileiro em cerca de 6%, nos próximos 30 ou 60 dias. É o que prevê o presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite da Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Faerj), Ricardo Bastos.

Segundo Bastos, o custo de produção está defasado entre 5% e 6% em relação ao recebimento do leite.

— Como a cadeia vai passo a passo, o produtor hoje está com 6% de prejuízo — indicou.

Ele prevê que, agora, para buscar o equilíbrio, os produtores vão reduzir a quantidade de insumos usados na atividade e também a produção até encontrar uma estabilidade.

— Com essa queda de produção, o laticínio, como precisa de leite, tem que ter um adicional para conseguir mais leite. Isso é um [efeito] dominó. Por isso, é que leva entre 30 e 60 dias para chegar ao consumidor final — explicou.

Bastos acredita que o impacto dos insumos no preço do leite pode ser atenuado por meio da liberação, pelo governo, dos estoques de milho, de soja e de farelo de soja, que são os principais insumos da produção. Ele lembrou que o setor produtor leiteiro já sofreu um aumento de mão de obra, que incide sobre o custo de produção em até 15%, enquanto o peso dos insumos é bem maior, da ordem de 40%.

— Então, quando aumenta o insumo, isso reflete diretamente no custo de produção.

Historicamente, quando o preço da soja e do milho estão bem, a tendência é aumentar a área de plantio, conforme Bastos.

— Aumentando a área de plantio, aumenta a oferta e, consequentemente, cai o preço lá na frente.

Ele espera que esse movimento se repita no Brasil para que o preço ao consumidor possa diminuir.

O diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Francisco Vilela, também acredita que a situação da pecuária leiteira no Brasil pode ter algum efeito para o consumidor final. Ele acredita, porém, que o cenário de alta do preço para o consumidor pode ser revertido, “mas só no ano que vem”. Vilela lembrou que a safra brasileira já está colhida e a safra norte-americana, que seria colhida em setembro/outubro, “está frustrada” devido à seca nos Estados Unidos.

— Então, este ano, não tem mais produto, não tem mais safra. Só no ano que vem.

Com isso, tal cenário pode gerar aumento de custo para o produtor, com reflexo no consumidor final. Segundo Vilela, além de financiar a retenção de matrizes para evitar que os produtores as vendam e tornem, assim, esse efeito de alta permanente, o governo poderia ainda suspender a importação de produtos lácteos.


 Autor: Agência Brasil
Fonte: http://www.sonoticias.com.br/agronoticias/mostra.php?id=54899

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Exportações de carne suína para o Japão devem iniciar em 60 dias, diz Ministério


Dois dias depois de o Japão ter reconhecido oficialmente a carne suína produzida em Santa Catarina como livre de febre aftosa, representantes do Ministério da Agricultura visitaram o país asiático para negociar os requisitos e o Certificado Sanitário Internacional (CSI) que irá amparar a exportação de carne suína de Santa Catarina para o mercado japonês.

A delegação brasileira participou de uma reunião com a vice-ministra do Ministério da Agricultura, Pesca e Florestas (MAFF, em inglês) do Japão, Hiroko Nakano, nesta quarta, dia 29, em Tóquio. Segundo o Ministério da Agricultura, a representante do MAFF prometeu que será feito um esforço para concluir o processo dentro de 60 dias. Segundo ela, uma missão de nível ministerial, incluindo empresas exportadoras, deverá visitar o Brasil em novembro ou início de dezembro para formalizar os primeiros embarques.

— O início das exportações de carne suína
para o Japão significará a abertura do maior mercado importador do planeta para um determinado tipo de carne (suína, no caso). Será um passo crucial para consolidar as relações comerciais entre o terceiro maior exportador de produtos agrícolas e o quarto importador — declara Porto.

Os secretários também conversaram sobre a criação do Comitê Consultivo Agrícola (CCA) Brasil-Japão que se reunirá periodicamente para discutir as pendências de interesse bilateral. Além de o Japão ser o principal importador de carne de frango do Brasil, o país é um importante comprador de café brasileiro. Em relação ao grão, os dois governos negociam a fixação de novos limites de resíduos de Flutriafol, um defensivo aplicado para controle de ferrugem.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Etapa de novembro da vacinação contra a aftosa será diferente dos outros anos

A nova medida, apenas para a região sanitária 1 – Planalto - modifica a vacinação, e passa a ser de todos os bovinos e bubalinos com até 24 meses.


Estabelecida pela portaria nº 2.550, de 30 de maio de 2012, o calendário de vacinação contra febre aftosa em Mato Grosso do Sul aponta uma mudança para o mês de novembro.
A nova medida, apenas para a região sanitária 1 – Planalto - modifica a vacinação, que antes era de 100% do rebanho, e passa a ser de todos os bovinos e bubalinos com até 24 meses de idade.
Segundo a diretora-presidenta da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Cristina Carrijo, esta mudança decorre de uma manifestação dos produtores. “Solicitamos um estudo ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e à Embrapa Gado de Corte (CNPGC) e através de laudos emitidos pelas duas entidades foi comprovado que não há nenhum comprometimento para os animais e para a defesa” explicou Cristina. A região do Pantanal e da Fronteira permanece com a vacinação de 100% do rebanho.
Confira o calendário contra febre aftosa de MS 2012:
Etapa Maio
Região Sanitária 1 (Planalto): de 1º a 31 de maio, vacinação de todo o rebanho bovino e bubalino (mamando a caducando), independente da idade; De 1º de maio a 15 de junho: registro da vacinação na IAGRO;
Região Sanitária 2 (Pantanal): de 1º de maio a 15 de junho, vacinação de todo o rebanho bovino e bubalino (de mamando a caducando), independente da idade, nas propriedades optantes pela vacinação na etapa de maio; No período de 1º de maio a 30 de junho: realização do registro da vacinação na IAGRO;
Região Sanitária 3 (Fronteira): de 1º de abril a 15 de maio, vacinação de todo o rebanho bovino e bubalino (de mamando a caducando), independente da idade;De 1º de abril a 30 de maio deverá ser realizado o registro da vacinação na IAGRO;
Etapa Novembro
Região Sanitária 1 (Planalto): de 1º a 30 de novembro, vacinação de todos os bovinos e bubalinos com até 24 meses de idade; de 1º novembro a 15 de dezembro, período de registro da vacinação na Iagro;
Região Sanitária 2 (Pantanal): de 1º de novembro a 15 de dezembro, vacinação de todo o rebanhobovino e bubalino (de mamando a caducando), independente da idade, nas propriedades optantes pela vacinação na etapa de novembro; no período de 1º de novembro a 30 de dezembro, realização do registro da vacinação na Iagro;
Região Sanitária 3 (Fronteira): de 1º de outubro a 15 de novembro, vacinação de todo o rebanho bovino e bubalino (de mamando a caducando), independente da idade; de 1º de outubro a 30 de novembro deverá ser realizado o registro da vacinação na Iagro;