Mato Grosso será o primeiro estado brasileiro a contar com um programa de erradicação da tuberculose bovina. A meta é zerar os casos da doença na unidade federada que atualmente detém o maior plantel do Brasil, com 29,1 milhões de exemplares. Os casos ainda preocupam os pecuaristas.
Em 2009, quando foi realizada a última coleta para averiguar a incidência do problema, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), confirmou 14,3 mil animais infectados em 1.213 propriedades.
A tuberculose se manifesta em bovinos que já estão grandes e prontos para o abate, mas desde o início da vida do animal pode estar presente, explica a coordenadora de Defesa Animal Indea, Daniella Soares.
Exames clínicos são a principal forma de se constatar a patologia. Conforme Daniella Soares, apesar de ser possível detectar a doença nos animais por meio das análises, ainda é difícil o diagnóstico porque os bovinos infectados apresentam os sintomas (problemas respiratórios) tardiamente. "Ela é uma doença considerada clinicamente grande. Os sintomas só se manifestam no final da vida do animal", pontuou a veterinária, aoAgrodebate.
A tuberculose bovina representa um risco à saúde humana, porque pode ser transmitida por meio do consumo do leite e da carne do animal. Pode levar à morte.
Etapas do programa
Até o dia 11 de maio será formado em Mato Grosso o 'Comitê Consultivo Estadual' do programa. Ele será constituído por representantes de várias entidades ligadas ao setor pecuário e que ficarão responsáveis pela implantação do projeto.
Em junho, entidades e o órgão de controle da sanidade animal devem apresentar o programa em Brasília, para o Ministério da Agricultura. Juntos, querem elaborar uma legislação para instituir o Plano de Erradicação de Tuberculose Bovina.
Durante o período de definição do plano, o Indea deve realizar um mapeamento de todas as propriedades do estado que comercializam leite. Está inclusa também às etapas do programa levantamento que apontará o rebanho existente em cada propriedade do estado.
A viabilização de um plano estratégico para eliminar a doença deve fazer com que as pressões internacionais sobre a carne brasileira diminuam e assegurar mais competitividade ao produto. "Hoje a cobrança maior que temos é da União aduaneira. Esse programa tem a finalidade de determos esta doença por causa da baixa incidência", frisou.
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