Desafio é colocar mais animais na mesma área e encurtar ciclo de produção. Aproveitar áreas abertas é o caminho para pecuária sustentável.
Em Goiás, a pecuária intensiva mudou completamente a dinâmica das atividades na fazenda de Alaor Ávila, que conta com a ajuda de dois peões, Valdevino da Silva e Giovani da Silva.
Ambos passam praticamente o dia todo percorrendo os piquetes do sistema rotacionado. A área de pasto é dividida e enquanto o rebanho come uma parte, as outras descansam. É de responsabilidade dos peões, o transporte dos animais.
O manejo de pasto é o coração do sistema. Tirar medidas do piquete de saída e de entrada é fundamental. Normalmente a mudança é feita seguindo uma ordem, um piquete por vez, mas uma série de fatores, como manchas no solo, influencia o desenvolvimento do capim, conforme alerta o agrônomo Washington Mesquita.
Na pecuária intensiva, não basta ter pasto bom. Todo piquete tem um cocho grande, o suplemento é servido sempre no começo da manhã. Cada boi recebe dois quilos por dia de proteína e energia. O propósito é turbinar o ganho de peso.
Com suplemento, o boi engorda 400 gramas a mais por dia em relação ao sistema convencional. Não fica barato suplementar, mas a relação custo X benefício compensa.
Na fazenda de Alaor, como os bois engordam mais rápido, permanecem menos tempo na fazenda. O giro do rebanho é muito mais rápido. A análise do planejamento mostra que o lucro da fazenda no ano pastoril de 2011/2012 deve ficar em torno de R$ 800 por hectare. Washington lembra que a média na pecuária convencional está em torno de R$ 150.
O pecuarista Gustavo Vianna, que adotou a pecuária intensiva há seis anos, dá outros motivos para o investimento: “No momento em que se intensifica, é possível produzir mais arrobas por área e isso dá muito mais retorno”, garante.
Na fazenda de Gustavo, a adubação da pastagem usa GPS agrícola, o que dispensa a contratação de bandeirinhas que orientam o tratorista e faz o controle da área coberta e da vazão do adubo.
Outra atividade, a formação de pasto, é trabalhosa e foge das gramíneas comuns. O tifton é um dos campeões em lotação de pasto, é ótimo para o paladar dos bovinos e tem 17% de proteína, quase o dobro das gramíneas comuns, porém é muito exigente. Requer solo preparado e muito bem adubado.
O uso de capins de alta performance é uma ferramenta na estratégia de produção de forragem. O pecuarista, antes de mais nada, precisa ser também um produtor de capim, o que significa não só implantar, como também renovar e recuperar pastagens antigas.
Do mesmo jeito que na agricultura, na pecuária, a integração da criação de gado com lavoura representa um passo e tanto à frente. Com informações do Globo Rural
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