A receita dos frigoríficos com a exportação de carne bovina do Brasil deve totalizar cerca de US$ 5,3 bilhões em 2011, segundo estimativa da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), com base nos números apurados até novembro.
O número representa um crescimento próximo de 10% em relação a 2010, quando as vendas totalizaram US$ 4,88 bilhões. Apesar do aumento de dois dígitos, a receita ainda deve ser inferior ao recorde obtido em 2008, de US$ 5,4 bilhões. O crescimento da receita reflete basicamente o comportamento do preço médio de exportação, que saltou 25%, para US$ 4.905 por tonelada, neste ano. Em compensação, o volume de embarques deve amargar uma queda de 12%, para aproximadamente 1,1 milhão de toneladas.
O presidente da Abiec, Antônio Camardelli, disse que o ano foi positivo para o setor. Segundo ele, a queda nos volumes reflete uma combinação de fatores, como a queda na oferta de animais para abate, a força do mercado doméstico e a própria reestruturação da indústria nos últimos anos. "Estamos acessando mercados maiores, que pagam mais, enquanto abrimos mão de volume em mercados de baixo valor agregado", afirma.
Se, por um lado, o Brasil amargou até novembro queda nas vendas para Argélia (-64%), Líbia (-60%), Síria (-58%), Israel (-19%) e Irã (-11%), o país registrou um crescimento de 23,2% nas vendas para a União Européia e 3,7% para a Rússia, os dois maiores importadores do produto brasileiro.
Apesar do agravamento da crise internacional, o executivo aposta em um crescimento ainda mais forte, de 20%, na receita em 2012. "Também acreditamos numa recuperação dos volumes, da ordem de 10%", acrescenta. Segundo ele, o país tem obtido sucesso, tanto na esfera privada quanto na governamental, em suas negociações com o bloco europeu. Além disso, afirma, é grande a chance de o país ter uma elevação de seu status sanitário (de risco 2 para risco 1) no ano que vem, o que abriria caminho para novos mercados, como a Turquia. O pleito brasileiro será avaliado pelo comitê científico da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em fevereiro e poderá ser levado à votação em maio.
O executivo aposta ainda em um aumento na oferta de animais para exportação, reflexo de uma maior flexibilização nos instrumentos de controle do Ministério da Agricultura, e em ganhos de eficiência por parte da indústria. Em 2012, o setor espera colocar em prática um programa logístico que reduz em 24 horas o tempo médio de embarque da carne.
O Programa Laço buscou essa matéria em: Valor Econômico.
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