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segunda-feira, 19 de março de 2012

Ovinocultura precisa superar obstáculos para atender demanda crescente por carne

O desafio da ovinocultura brasileira é ampliar o rebanho comercial. A avaliação foi feita por representantes do setor durante a Feira Internacional de Caprinos e Ovinos (Feinco), em São Paulo. Conforme a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos, (Arco) o rebanho atual é de 16 milhões de cabeças, incluindo animais de elite.
"O consumo médio por pessoa ao ano é de 400 gramas. Para chegarmos aos 2,5 quilos, seria necessário ampliar esse número para 50 milhões de ovelhas", projeta o presidente da Arco, Paulo Schwab. Ele destaca que, enquanto o rebanho de elite tem crescido o comercial está estagnado, o que tem levado produtores a venderem animais de genética para abate.
Em São Paulo, o rebanho chega a 1 milhão de cabeças. Para atender a demanda crescente de consumo, a Associação Paulista de Criadores de Ovinos (Aspaco) calcula a necessidade de 7 milhões de matrizes. “O nosso objetivo é aumentar o número de produtores comerciais”, afirma Francisco Manoel Nogueira Fernandes, presidente da associação.
Atingir esta meta passa por superar entraves históricos do setor, como o elevado índice de abate clandestino, responsável por 92% da carne que chega à mesa do consumidor. É a prática, no entanto, que permite que produtores que não possuem condições de fechar um lote para entrega ao frigorífico mantenham seus negócios.
A Arco projeta um consumo médio nacional de 85 mil toneladas por ano. "Nós nunca tivemos um mercado organizado para carne", reconhece Schwab, uma vez que por muito tempo a ovinocultura teve como maior foco o consumo de lã.

Organização
Para Schwab a falta de organização no setor também é resultado do desconhecimento de muitos produtores sobre a atividade. Ele defende a necessidade de mão de obra qualificada para que os animais sejam tratados da forma correta.  "A ovelha tem seus hábitos, manejo e suas enfermidades específicas”, argumenta.
O dirigente acredita que a extensão rural é importantíssima para a ovinocultura  para que o ovinocultor tenha mais informação sobre a criação. "Teríamos que fazer treinamento para levar as tecnologias ao produtor para que ele tenha rentabilidade”, afirma.

O presidente da Aspaco se mostra otimista com os rumos do setor e afirma que há produtores mais conscientes. "Hoje, o produtor busca estrutura, faz as contas e procura os melhores profissionais. Há 15 anos, ele procuraria o pior", analisa Fernandes.
 Por outro lado, lamenta o individualismo de alguns criadores. "Desenvolvemos pacotes de tecnologia com parceiros como o Sebrae, por exemplo, e vemos produtores que não usam, ou insistem em sistemas que não são rentáveis", observa.

Fonte: Portal DBO

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