Os baixos preços pagos aos produtores pelo quilo do suíno vivo podem levar a suinocultura brasileira a enfrentar uma crise sem precedentes. Os valores repassados ao produtor não correspondem aos necessários para cobrir os custos da produção, acentuando as diferenças na balança comercial da suinocultura.
Recentemente, conversei com o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira Júnior, que fez um alerta para os prejuízos que a falta de uma remuneração adequada pode causar à produção. Segundo o presidente da APCS, alguns produtores de suínos da região de São Paulo estão até mesmo desistindo da produção, o que pode ser uma perda muito séria para a economia nacional.
Para se ter um exemplo dos prejuízos, o quilo vivo pago ao produtor no Rio Grande do sul, estado que domina a maior parte da produção de suínos do país, está em R$ 2,10. Cerca de R$0,50 abaixo do valor necessário para cobrir os custos da produção, estimada em R$ 2,60.
Para manter um animal apto para o abate, o preço pago ao produtor não poderia ser inferior a R$ 2,60 por quilo vivo. É preciso levar em consideração que o produtor gasta com insumos, como o milho e a soja, que têm tido elevação nos preços, especialmente pelas condições climáticas não muito favoráveis que têm abalado nosso país.
Em um período em que o Brasil tem se destacado na produção de carne suína interna e externamente, é preciso que existam medidas capazes de pressionar a indústria a cumprir com o pagamento de um valor, no mínimo, equilibrado com os custos para manter a produção.
Como presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), irei batalhar para que o preço pago aos produtores seja, no mínimo, o necessário para cobrir os custos da produção. Já estamos buscando uma audiência com o Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, para tratar do assunto. Espero que, em breve, possa trazer boas notícias aos produtores de carne suína do Brasil.
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